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Colonos israelenses extremistas incendeiam mesquita na Cisjordânia; ataque gera preocupação internacional

Fotos registradas no local mostravam slogans racistas e anti-palestinos pichados nas paredes do templo, que foram danificadas pelo fogo

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Colonos israelenses extremistas incendiaram uma mesquita na Cisjordânia nesta quinta-feira (13), segundo autoridades palestinas. O ataque ocorreu a a Mesquita Hajja Hamida na vila palestina de Deir Istiya, perto de Salfit, no norte do território palestino ocupado. As informações são da rede de notícias Al Jazeera.

Fotos registradas no local mostravam slogans racistas e anti-palestinos pichados nas paredes da mesquita, que foram danificadas pelo incêndio. Exemplares do Alcorão, o livro sagrado do Islã, também foram queimados. O Ministério Palestino de Doações e Assuntos Religiosos condenou o que classificou como um "crime hediondo" que evidencia "a barbárie" com que Israel trata os locais sagrados muçulmanos e cristãos na Cisjordânia.

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O ataque provocou preocupação e condenação internacional. Um porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que a organização internacional estava "profundamente perturbada" com o episódio e que "ataques contra locais de culto são completamente inaceitáveis". Diversos países, como Jordânia, Suíça e Alemanha, também se manifestaram nesse sentido.

O episódio ocorre em meio a um número recorde de ataques de colonos e militares israelenses contra palestinos na Cisjordânia, que vêm aumentando desde o início da guerra na Faixa de Gaza. Muitos deles ocorreram durante a temporada de colheita de azeitonas, principal produto agrícola e parte fundamental da identidade do povo palestino.

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Em 10 de outubro, quando um cessar-fogo entre Israel e Hamas entrou em vigor, o SBT News noticiou que um fotógrafo palestino da Agence France-Presse (AFP) foi agredido com paus e pedras e teve o carro incendiado por colonos israelenses no território. Na ocasião, ele fotografava uma colheita de azeitonas em Beita, povoado palestino ao sul de Nablus.

Segundo a Agência das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês), pelo menos 167 ataques de colonos relacionados à colheita de azeitonas foram relatados desde 1º de outubro. Mais de 150 palestinos ficaram feridos nesses ataques e mais de 5.700 oliveiras foram danificadas.

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O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, manifestou preocupação sobre o risco de que a onda de violência na Cisjordânia possa intervir no acordo de cessar-fogo, que vem se mostrando frágil. Israel violou o pacto em diversos momentos e, de acordo com o Hamas, mais de 270 palestinos morreram em bombardeios israelenses desde 10 de outubro.

O tenente-general Eyal Zamir, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas de Israel, emitiu uma rara condenação da violência dos colonos contra os palestinos esta semana. Em julho, o escritório de direitos humanos da ONU alertou que a violência dos colonos estava sendo perpetrada "com a aquiescência, o apoio e, em alguns casos, a participação das forças de segurança israelenses".

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