Chanceler só queria voltar para casa, diz governo alemão após comentário sobre Belém irritar Lula
Um porta-voz de Berlim afirma que fala de Merz foi tirada de contexto e dizia respeito ao cansaço da delegação; diplomata coleciona comentários controversos
SBT News
com informações da Reuters
Um comentário do chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, sobre o Brasil que ofendeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi tirado de contexto, disse um porta-voz do governo alemão nesta quarta-feira (19).
Merz, em um congresso comercial na semana passada, descreveu ter perguntado aos jornalistas que viajaram com ele ao Brasil para a conferência climática COP30, em Belém, se eles queriam permanecer no país.
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"Nenhuma mão foi levantada. Todos nós estávamos felizes por estar de volta à Alemanha daquele lugar", disse Merz à plateia.
O comentário se soma a uma lista de gafes que Merz cometeu ao longo de sua carreira política, como chamar filhos de pais muçulmanos de "pequenos pashas" ou insinuar que os imigrantes estragam a "paisagem urbana" das cidades alemãs.
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A declaração fez com que Lula comentasse em um evento no norte do Brasil nessa terça (18) que Merz deveria ter ido dançar ou a um bar enquanto visitava a área ao redor de Belém, no início deste mês.
"Ele ia perceber que Berlim não oferece a ele 10% da qualidade que oferecem o Estado do Pará e a cidade de Belém", disse Lula.
O porta-voz do governo alemão disse que o comentário de Merz estava sendo apresentado de "forma incriminatória" e, em vez disso, referia-se ao cansaço da delegação.
"O comentário se referia essencialmente ao desejo da delegação, depois de um voo noturno muito cansativo e um longo dia em Belém, de também começar a viagem de volta", disse o porta-voz, acrescentando que o Brasil é o parceiro mais importante da Alemanha na América Latina e que nenhum dano foi causado ao relacionamento entre eles como resultado das declarações.
"A impressão do chanceler sobre essa viagem à América Latina, essa viagem muito curta à América Latina, foi bastante positiva."
(Reportagem de Andreas Rinke, em Berlim, e Isabel Teles, em São Paulo)









