Lula rebate fala de premiê da Alemanha e diz que ele “deveria ter ido a um boteco” no Pará
Presidente respondeu críticas de Friedrich Merz sobre Belém e exaltou a cultura e a culinária paraense durante evento no Araguaia

Antonio Souza
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu, nesta terça-feira (18), às declarações negativas feitas pelo premiê da Alemanha, Friedrich Merz, sobre Belém, cidade que recebe a COP30.
A reação ocorreu durante a inauguração da ponte sobre o rio Araguaia, que liga Xambioá (TO) a São Geraldo do Araguaia (PA).
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Durante o discurso, Lula ironizou o comentário do líder alemão e disse que ele não conheceu o Pará de verdade.
“O primeiro-ministro da Alemanha esses dias se queixou: ‘Ah, eu fui no Pará, mas voltei logo porque eu gosto mesmo é de Berlim’. Ele deveria ter ido a um boteco no Pará. Deveria ter dançado, experimentado a culinária. Ia perceber que Berlim não oferece 10% da qualidade que o estado do Pará tem.”
O que o premiê alemão disse?
Merz esteve em Belém nos dias 6 e 7 de novembro para a Cúpula dos Líderes, que antecedeu a abertura da COP30. Ao retornar à Alemanha, o chanceler discursou no Congresso Nacional do Comércio e ironizou sua estadia na capital paraense.
“Senhoras e senhores, nós vivemos em um dos países mais bonitos do mundo. Perguntei a alguns jornalistas que estiveram comigo no Brasil na semana passada: 'Quem de vocês gostaria de ficar aqui?' Ninguém levantou a mão. Todos ficaram contentes por termos retornado à Alemanha, a noite de sexta para sábado, especialmente daquele lugar onde estávamos”, disse o chanceler.
A fala provocou críticas imediatas de autoridades brasileiras e reações nas redes sociais, onde internautas acusaram o premiê de reforçar estereótipos sobre a Amazônia.
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Após a controvérsia, o ministro alemão do Meio Ambiente, Carsten Schneider, publicou uma mensagem em português elogiando o Brasil:
“Brasil é um país maravilhoso, com um povo acolhedor e bom anfitrião. Pena que não poderei ficar mais tempo após a COP. Teria algumas ideias, por exemplo, pescar com meus amigos da Amazônia.”
A postagem foi vista como tentativa de suavizar o desgaste criado pelas declarações de Merz.









