Câmara dos EUA aprova divulgação de arquivos sobre Epstein por ampla maioria
Resolução recebeu 427 votos a favor; pressão de sobreviventes e racha entre republicanos aceleraram decisão

Reuters
A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou, nesta terça-feira (18), uma resolução que obriga o Departamento de Justiça a divulgar arquivos não classificados sobre o criminoso sexual condenado Jeffrey Epstein.
A medida foi aprovada por ampla maioria, 427 votos a 1, dias depois de o ex-presidente Donald Trump retirar sua oposição ao projeto.
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Trump vinha bloqueando há meses a iniciativa que obriga a divulgação dos documentos, alimentando tensões internas entre republicanos.
A pressão pública e o aumento das críticas dentro do próprio partido transformaram a disputa em um dos principais pontos de atrito do ex-presidente com seus aliados mais próximos.
A mudança repentina de postura de Trump destravou o processo e levou a votação ao plenário da Câmara.
Horas antes da votação, cerca de 20 mulheres que afirmam terem sido vítimas de Epstein participaram de um ato em frente ao Capitólio.
Elas exibiram fotos de quando eram adolescentes, período em que, segundo elas, conheceram o financista, que tinha relações com alguns dos homens mais influentes dos EUA.
Parlamentares democratas e republicanos acompanharam as sobreviventes e defenderam que o país precisa conhecer todos os detalhes do caso.
Por que o caso Epstein é um problema político para Trump?
O escândalo tem sido um ponto sensível para o republicano. Trump já mencionou teorias da conspiração sobre Epstein e seus vínculos com figuras poderosas, o que mobilizou parte de sua base.
Muitos de seus apoiadores acreditam que o governo Trump teria acobertado informações sobre a rede de contatos de Epstein e sobre a morte do financista, classificada como suicídio em uma prisão de Manhattan em 2019.
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Além disso, Trump e Epstein conviveram durante os anos 1990 e 2000, frequentando festas e eventos. O ex-presidente diz ter rompido a amizade após um “desentendimento”, mas o episódio ainda é visto como um ponto fraco político.
Uma pesquisa Reuters/Ipsos publicada na segunda-feira (17) mostrou que apenas 44% dos republicanos aprovam a forma como Trump lidou com o caso Epstein — bem abaixo dos 82% que avaliam positivamente seu desempenho geral.
Como Trump reagiu após liberar a votação?
Mesmo após retirar sua oposição, Trump demonstrou irritação com o tema. Na terça-feira, ele chamou de “pessoa terrível” um repórter que o questionou sobre o caso no Salão Oval e afirmou que a emissora do jornalista deveria ter sua licença cassada.









