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Polônia acusa Rússia de sabotar linha férrea que leva ajuda à Ucrânia; Kremlin fala em "russofobia"

Explosões em linha férrea não causaram descarrilamento nem vítimas; suspeitos são cidadãos ucranianos com ligação à inteligência russa, segundo autoridades

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Donald Tusk, primeiro-ministro da Polônia. | Reuters
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O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, anunciou nesta terça-feira (18) que a Polônia identificou dois indivíduos responsáveis por explosões em uma linha férrea que liga a capital polaca à fronteira ucraniana.

Segundo Tusk, os suspeitos são cidadãos ucranianos com ligação à inteligência russa, que após os ataques fugiram para a Bielorrússia.

"Um deles foi condenado por um tribunal em Lviv em maio deste ano, um cidadão ucraniano foi condenado por sabotagem na Ucrânia e vivia na Bielorrússia. O segundo, residente em Donbas, também cruzou da Bielorrússia para a Polônia com o primeiro suspeito neste outono, pouco antes dos ataques", afirmou o primeiro-ministro.

De acordo com o governo, a Polônia se tornou um dos principais alvos de Moscou devido ao seu papel como centro de distribuição de ajuda a Kiev. A Rússia nega repetidamente qualquer responsabilidade pelos atos de sabotagem.

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Incidentes nas ferrovias polonesas

De acordo com Tusk, os incidentes ocorreram em locais distintos:

  • em Pulawy, houve uma tentativa de descarrilamento de trem com dispositivo instalado nos trilhos, enquanto um celular gravava o incidente. Essa tentativa, segundo Tusk, foi completamente frustrada.
  • em Mika, explosivo C-4 militar danificou levemente os trilhos e um vagão de carga, sem causar descarrilamento nem ferimentos.

O primeiro-ministro alega que os erros dos sabotadores impediram uma catástrofe grave: "Após cometerem esse ato de sabotagem em Mika, esses indivíduos deixaram a Polônia pela fronteira de Terespol. Isso ocorreu imediatamente após o ataque, portanto, eles ainda não haviam sido identificados pelas autoridades."

O governo polonês disse que elevará o nível de alerta em determinadas linhas ferroviárias e utilizará as forças armadas para proteger infraestruturas críticas.

Na manhã desta terça, um porta-voz do ministro dos serviços especiais da Polônia já tinha dito que evidências indicam que a inteligência russa teria encomendado os ataques.

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Rússia responde

Em reação, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, rejeitou qualquer envolvimento russo e acusou a Polônia de “russofobia”. Ele também chamou atenção para o fato de que os suspeitos são cidadãos ucranianos, citando episódios anteriores de sabotagem ligados a ucranianos, e criticou a falta de extradição e controle por parte das autoridades polonesas.

"Em primeiro lugar, seria bastante estranho se a Rússia não fosse culpada em primeiro lugar. A Rússia é acusada de todas as manifestações da guerra híbrida e direta em curso. Na Polônia, por exemplo, todos estão tentando se antecipar à locomotiva europeia nesse aspecto, e a russofobia, é claro, está florescendo por lá."

A explosão na linha férrea Varsóvia-Lublin, que liga a capital polaca à fronteira ucraniana, ocorreu na sequência de uma onda de incêndios criminosos, sabotagens e ciberataques na Polónia e noutros países europeus desde o início da guerra na Ucrânia.

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