Biden e Trump conquistam indicações às eleições presidenciais dos EUA
Políticos se enfrentarão novamente nas urnas em novembro deste ano; veja o que esperar das campanhas
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o ex-presidente Donald Trump conquistaram, na noite dessa terça-feira (12), a indicação dos partidos Democrata e Republicano, respectivamente, para concorrer às eleições presidenciais de 2024. O resultado veio após mais uma rodada decisiva das primárias nos estados.
Segundo contagem da Associated Press, Biden venceu as prévias democratas nos estados da Georgia, Mississippi e das Ilhas Marianas do Norte. Com isso, o presidente conquistou 2.015 delegados – representantes que votam seguindo a vontade dos eleitores de cada estado –, 47 a mais dos 1.968 necessários para ser indicado.
O mesmo ocorreu com Trump, que concorreu sozinho às primárias republicanas devido à desistência de Nikki Haley na última quarta (6). O ex-presidente venceu as eleições internas do partido nos estados da Georgia e Mississippi, além de Washington, chegando ao total de 1.228 delegados. Para ser indicado, eram necessários 1.215 delegados.
O resultado, que já era dado como certo, provocou tensão entre os candidatos à Casa Branca. Em comunicado, Biden comemorou a nomeação e afirmou que Trump representa uma ameaça à democracia. O republicano, por sua vez, classificou Biden como "pior presidente da história do país". "Vamos comemorar daqui a oito meses", disse.
Apesar das farpas, as indicações de Biden e Trump ao pleito devem ser oficializadas em agosto, resultando em uma revanche nas urnas no dia 5 de novembro. Ambos se enfrentaram pela última vez em 2020, quando o democrata ganhou o pleito. A vitória provocou a invasão ao Capitólio em 2021, realizada por apoiadores de Trump.
O que podemos esperar em uma revanche entre Biden e Trump?
O resultado de terça confirma as expectativas dos partidos. Com a indicação de Biden e Trump, o país deve se dividir novamente para votar nas "velhas figuras". Especialistas ouvidos pelo SBT News apontam que os políticos já devem começar a abraçar discursos eleitorais, os quais devem, constantemente, abranger críticas entre eles.
Em relação a Trump, espera-se uma campanha com retórica incisiva, de ataque não só a Biden e à questão da idade do presidente (81), mas também ao governo atual. Entre os principais pontos, estarão a crise na fronteira com o México e as guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza. Nesses assuntos, o republicano tende ao nacionalismo e isolacionismo, com críticas ao envolvimento de Washington em conflitos internacionais.
"Ainda podemos esperar o discurso de que Trump é perseguido politicamente, a partir da ideia conspiratória de que todo o sistema e a elite políticos tentaram fazer com que ele não pudesse concorrer às eleições e ser eleito. Com relação a isso, tende a haver a adesão da população, que acredita na ideia de Trump ser um perseguido, além da crença de que a vitória de Biden em 2021 não foi legítima", avalia Andressa Mendes, pesquisadora colaboradora do Observatório Político dos Estados Unidos (OPEU).
Biden, por sua vez, deve focar em uma campanha concentrada nas realizações do próprio mandato, como a recuperação econômica pós pandemia de covid-19, avanços na legislação de infraestrutura e questões climáticas. O democrata também pode adotar a estratégia de se aproximar da população jovem, com proposta a favor da legalização do aborto e ampliação do perdão a condenados por posse de maconha no país.
Outra questão que podemos esperar da campanha é o apelo para a unidade nacional, tentando alcançar o eleitorado dividido. A democracia também deve ser um tema abordado constantemente por Biden, que já vem afirmando que Trump representa um risco e retrocesso ao país. "Ele é movido por mágoas e fraudes, focado em sua própria vingança, não no povo americano", defendeu o democrata após a Superterça.