Atleta afegã Kimia Yousofi manda mensagem ao Talibã na Olimpíada de Paris: "nossos direitos"
Grupo fundamentalista retornou ao poder em 2021, retirando diversos direitos das mulheres, como trabalhar, estudar e frequentar locais públicos
A atleta Kimia Yousofi, do Afeganistão, terminou por último a prova preliminar dos 100m feminino nos Jogos Olímpicos de Paris. Ao passar a linha de chegada, dois segundos atrás da vencedora, a velocista exibiu uma poderosa mensagem: “Educação. Esporte. Nossos Direitos”.
As palavras foram escritas na parte de trás do número de corrida, com as cores da bandeira afegã. “Educação” em preto. “Esporte” embaixo, em verde. Em vermelho, a terceira cor da bandeira do Afeganistão, “nossos direitos”.
Yousofi é uma dos seis atletas — três mulheres e três homens — selecionados pelo Comitê Olímpico Afegão, que opera fora do país, para participar nos Jogos de Paris. Morando na Austrália desde que o Talibã retomou o poder no Afeganistão, em 2021, sua participação não é reconhecida pelo grupo fundamentalista.
“Eu só quero representar o povo afegão com esta bandeira, nossa cultura. Nossas meninas no Afeganistão, nossas mulheres, elas querem direitos básicos, educação e esporte,” disse ela aos jornalistas.
Sob o regime do Talibã, o Afeganistão é o país mais repressivo do mundo em relação aos direitos das mulheres, de acordo com as Nações Unidas (ONU). O grupo islâmico radical fechou escolas para meninas, proibiu mulheres de frequentar universidades e trabalhar em ONGs, restringiu viagens e as proibiu de frequentar espaços públicos como parques e academias.