Política

Haddad diz que deixa Fazenda em fevereiro e não será candidato: “Lula respeitará minha decisão”

Ministro quer colaborar com campanha à reeleição de Lula e sinaliza preferência por alguém da sua equipe como sucessor

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Ministro da Fazenda, Fernando Haddad | Reprodução/Diogo Zacarias/MF
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, relatou nesta quinta-feira (18) sua conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o cenário eleitoral do ano que vem. Em meio à pressão do PT para lançá-lo candidato a governador de São Paulo ou senador, Haddad afirmou que deixará o governo em fevereiro para colaborar com a campanha à reeleição de Lula, sem concorrer a nenhum cargo eletivo.

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“Eu disse a ele [Lula] que não tinha a intenção de concorrer. E a resposta foi essa: ‘Haddad, vou respeitar a decisão que você tomar. Eu posso querer, mas vou respeitar a decisão’. Foi como, aliás, eu sempre disse que ocorreria, porque minha relação com o presidente não é de hoje. Não temos nenhum tipo de problema”, descreveu o ministro, em encontro com jornalistas.

Haddad disse que manifestou a Lula o desejo de colaborar com sua campanha e que isso seria incompatível com ser ministro da Fazenda. Por isso, defendeu a transição na pasta em fevereiro — antes do prazo de desincompatibilização, em abril, quando ministros que serão candidatos são obrigados por lei a deixar o governo. “Seria bom que alguém pudesse tomar as rédeas [antes] aqui”, declarou.

Apesar da resistência do ministro, a cúpula do PT defende que ele seja candidato em 2026, ao governo paulista ou ao Senado. Em 2022, Haddad chegou ao segundo turno na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes, o que garantiu a Lula um palanque forte e foi decisivo para a vantagem apertada nas urnas sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Novo ministro da Fazenda

Questionado sobre sua sucessão na Fazenda, o ministro evitou cravar um nome, mas sinalizou a preferência por alguém da sua equipe. O secretário executivo Dario Durigan é o mais cotado para o posto.

“Eu não despacho sozinho com o presidente da República. Gosto de promover as pessoas que trabalham comigo. São melhores do que eu, tenho orgulho deles”, declarou Haddad. “Se o presidente me perguntar, vou responder o que eu acho. Não vou causar constrangimento ao presidente, mas ele conhece minha equipe.”

Corrida presidencial

Na conversa com jornalistas, Haddad também avaliou que a direita está “confusa” e faz movimentos “erráticos” para a disputa presidencial de 2026.

“O grande eleitor é o Bolsonaro. Não acredito que uma pessoa sem o apoio dele consiga atingir patamares importantes de intenção de voto. Mas como ele também tem uma rejeição elevada, algumas pessoas tentam estabelecer aquela distância regulamentar que permita a ela crescer com apoio dele, mas não a ponto de herdar a rejeição”, avaliou. Questionado se estava se referindo ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), não respondeu.

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