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Mpox: Argentina coloca em quarentena navio de carga que saiu do Brasil

O navio que partiu de Santos, no litoral de São Paulo, com destino a Puerto San Lorenzo, em Santa Fé, tem suspeita de caso da varíola dos macacos

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De acordo com nota divulgada pelo governo argentino nesta terça-feira (20), "tripulantes indianos apresentaram lesões cutâneas compatíveis com os sintomas da doença" | Reprodução/Imagem ilustrativa
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As autoridades argentinas colocaram um navio de carga que saiu do Brasil em quarentena após a suspeita de varíola dos macacos (Mpox) em um dos pilotos. De acordo com nota divulgada pelo governo argentino nesta terça-feira (20), "tripulantes indianos apresentaram lesões cutâneas compatíveis com os sintomas da doença".

O navio, com bandeira da Libéria, partiu de Santos, no litoral de São Paulo, com destino a Puerto San Lorenzo, em Santa Fé. Segundo o governo argentino, foi acionado o protocolo de emergência de saúde pública, que incluiu a solicitação de controle médico a bordo para toda a tripulação.

+ Mpox não é a "nova Covid", afirma porta-voz da OMS; o que se sabe sobre a doença?

A mpox é considerada uma emergência global pela Organização Mundial da Saúde (OMS) desde a última quarta-feira (14). Entre janeiro de 2022 e junho de 2024, foram registradas 209 mortes pela doença, entre 99.176 casos confirmados em 116 países. No Brasil, foram confirmados 709 casos apenas em 2024.

+ Europa eleva nível de alerta para novos casos de mpox

A OMS declarou a emergência sanitária global após uma reunião virtual para avaliar o ressurgimento da epidemia na África e o risco de uma disseminação internacional. Esta é a primeira vez que a entidade emite seu mais alto nível de alerta desde o fim da pandemia de Covid-19.

A mpox é uma doença viral zoonótica, transmitida aos humanos por meio do contato com animais silvestres infectados, pessoas contaminadas pelo vírus ou materiais contaminados. Os sintomas incluem erupções cutâneas ou lesões de pele, linfonodos inchados (ínguas), febre, dores no corpo, dor de cabeça, calafrios e fraqueza.

+ Mpox: o que se sabe até agora sobre doença considerada emergência global pela OMS

Por que a nova cepa de mpox é mais perigosa?

Dados recentes da OMS indicam que a nova variante 1b da mpox tem uma taxa de letalidade alarmante de mais de 10% entre crianças pequenas na África Central. Em contraste, a variante 2b, responsável pela epidemia global de mpox em 2022, tinha uma taxa de letalidade inferior a 1%.

Ainda segundo a OMS, a República Democrática do Congo enfrenta, desde 2022, um surto da doença, e a intensa transmissão do vírus entre humanos levou a uma mutação até então desconhecida.

+ Congo vive surto de variante da Mpox; doença pode chegar ao Brasil? Entenda

De acordo com Vanderson Sampaio, pesquisador do Instituto Todos pela Saúde, embora a nova cepa da mpox tenha um maior potencial de transmissão, a forma de contágio permanece a mesma: por contato com a pele de pessoas infectadas.

Apesar da transmissão ocorrer principalmente entre homens, há indícios de que a infecção em mulheres grávidas pode causar sérios impactos ao feto, segundo Rosamund Lewis, líder técnica do Programa de Emergências Globais da OMS para a mpox.

Tem vacina para Mpox?

Atualmente, existem três vacinas contra a mpox disponíveis globalmente, mas apenas duas são recomendadas pela OMS e aprovadas em alguns países. As vacinas são a ACAM2000, da Sanofi Pasteur, e a Jynneos (também conhecida como Imvamune ou Imvanex), desenvolvida pela Bavarian Nordic. A vacina Jynneos foi autorizada pela Anvisa em 2023.

O imunizante foi oferecido a pessoas imunossuprimidas, profissionais de laboratório que trabalham diretamente com orthopoxvírus [família do vírus da monkeypox] e pessoas que tiveram contato direto com fluidos e secreções de indivíduos com suspeita da doença. Mais de 29 mil doses da vacina contra a mpox foram aplicadas no Brasil.

No entanto, o Brasil não planeja vacinação em massa, de acordo com a ministra da Saúde, embora esteja em negociação a aquisição emergencial de 25 mil doses de vacina contra a doença.

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