Primeiro-ministro japonês come peixe de Fukushima: "seguro e delicioso"
Iniciativa ocorre em resposta às restrições da China relacionadas ao despejo de águas da central nuclear
O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, compartilhou, na 4ª feira (30.ago), um vídeo no qual aparece comendo um peixe capturado na região de Fukushima. Ao lado de três ministros, o premiê degusta um sashimi de linguado, polvo e robalo, o qual chamou de "seguro e deliciosa", bem como arroz, verduras e frutas colhidos na região japonesa.
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A iniciativa acontece em resposta à decisão da China, que suspendeu todas as importações de produtos do mar do Japão devido ao despejo da água da usina nuclear de Fukushima no Oceano Pacífico. O líquido, que está sendo tratado, foi contaminado em 2011, depois que a instalação foi atingida por um terremoto e um tsunami, provocando um acidente nuclear.
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? ???? (@kantei) August 30, 2023
O despejo começou na última semana, cerca de um mês após o aval da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Segundo Kishida, o procedimento é essencial para desocupar os mais de mil tanques de água contaminada presentes na usina e desativar a instalação. A estimativa é que o processo leve de 30 a 40 anos.
Conforme o cronograma da Tokyo Electric Power (Tepco), responsável pelo procedimento, serão despejados até 500 mil litros da água por dia no oceano. O número é equivalente a 132.000 galões americanos.
Apesar da água estar sendo tratada, a Tepco disse que o líquido continua com trítio - uma forma radioativa natural de hidrogênio. A AIEA informou, no entanto, que os patrões de trítio no líquido continuam abaixo do limite estipulado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o que deve apresentar um impacto radiológico "insignificante".
"Além do monitoramento ao vivo, a AIEA continuará sua revisão de segurança durante a fase de descarga, tendo uma presença contínua no local, cumprindo o compromisso do diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, de estar envolvido antes, durante e depois das descargas de água", disse a agência, acrescentando que o despejo levará décadas.
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As garantias não são suficientes para especialistas, ativistas e pescadores locais, que continuam protestando contra o despejo, alegando que a água pode prejudicar o meio ambiente e a vida marinha. O mesmo é feito pela Coreia do Sul, que, assim como a China, suspendeu as importações de produtos do mar do Japão em meio à "preocupação com risco de contaminação radioativa".