Multinacionais alemãs apelam por políticas climáticas ambiciosas
Em carta aberta, 69 companhias pedem medidas para atingir as metas do Acordo de Paris (COP-21)
Em carta aberta divulgada nesta 2ª feira (11.out), empresas multinacionais alemãs fizeram um apelo ao próximo governo do país por políticas climáticas ambiciosas. As 69 companhias signatárias pedem por medidas que sejam capazes de atingir as metas do Acordo de Paris -- 21ª Conferência do Clima (COP-21).
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Entre as multinacionais que assinaram a carta, nota-se a presença de gigantes mundiais, como a farmacêutica Bayer, a produtora de aço e outros equipamentos ThyssenKrupp e a companhia de artigos esportivos Puma. Juntas, as 69 empresas possuem um faturamento anual de cerca de 1 trilhão de euros e empregam mais de 5 milhões de pessoas ao redor do globo.
O principal objetivo da COP-21 é manter o aquecimento global abaixo de 2ºC e idealmente não mais que 1,5ºC. Segundo o presidente da Foundation 2 Degrees e dono da Otto Group, Michael Otto, a proteção climática foi um tópico decisivo nas eleições federais do país e, portanto, as partes envolvidas devem colocar tais objetivos como prioridade na agenda do novo governo.
No começo de 2021, o governo de Angela Merkel adotou um plano para reduzir a emissão de gases do efeito estufa no país a "net 0" até 2045 (atinge-se esse índice quando emissão e a retirada desses gases da atmosfera forem "iguais"), cinco anos antes do que havia sido previamente planejado. Contudo, os dados oficiais mostram que o país está atrasado quanto as ambições para esse corte de emissões, mas há a expectativa de melhora do índice de 2021 após o fim da pandemia.
As empresas signatárias querem que o novo governo implemente mais fontes de energias renováveis e também uma reforma tributária pró-clima, que inclua um fortalecimento do preço dos chamados "créditos de carbono", evitando que as empresas saiam do país rumo ao exterior.
Visando a próxima Conferência do Clima (COP-26) no próximo dia 31, em Glasgow, na Escócia, as companhias pedem ao governo para que trabalhem no estabelecimento de padrões internacionais para o sistema financeiro e para os produtos de climáticos neutros.
Alguns ativistas questionaram a seriedade das multinacionais envolvidas na carta que visa o combate ao aquecimento global. "Eles querem ambição climática, desde que isso não atrapalhe os seus lucros", disse Pascoe Sabido, pesquisador na Corporate Europe Observatory, que investiga os lobbys em empresas nos níveis da União Europeia.