Ministério Público se manifesta contra soltura de motorista de Porsche que matou um em acidente
Parecer foi protocolado um dia após a defesa do empresário pedir na Justiça pela revogação da prisão
O Ministério Público de São Paulo se manifestou, nesta quarta-feira (22), pela manutenção da prisão preventiva de Fernando Sastre de Andrade Filho, condutor do Porsche que atingiu um outro veículo na madrugada de 31 de março, na zona leste da capital paulista, causando a morte do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana. O documento foi protocolado um dia após a defesa do empresário pedir na Justiça pela revogação da prisão.
De acordo com a promotora Bruna Ribeiro Dourado Varejão, da 30ª Procuradoria de Justiça Criminal, as provas indicam que existe um risco de que Fernando volte a cometer o mesmo crime, caso seja solto.
"Os elementos de prova produzidos indicam que existe risco concreto de reiteração delitiva, considerando que o acusado já esteve envolvido em outros registros de ocorrência policial de acidentes de trânsito, tendo o direito de dirigir suspenso em razão de excesso de velocidade", diz o MPSP.
Além disso, segundo a promotora, o dono do Porsche influenciou o depoimento de testemunhas e, caso seja colocado em liberdade, pode manipular provas e atrapalhar as investigações. De acordo com o Ministério Público, a namorada de Fernando, Giovanna Pinheiro, deu informações idênticas às apresentadas pela mãe do motorista à Polícia, indicando que eles tiveram contato.
Fernando Sastre está preso desde o dia 6 de maio. Ele está detido na Penitenciária II de Tremembé, no interior de São Paulo. O dono do Porsche é réu por homicídio doloso qualificado e lesão corporal gravíssima.
Relembre o caso
Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, dirigia um Porsche 911 Carrera em alta velocidade quando bateu no Sandero dirigido pelo motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, de 52 anos. O acidente aconteceu na madrugada do dia 31 de março, na avenida Salim Farah Maluf, zona leste de São Paulo.
Ornaldo não sobreviveu após o acidente. O passageiro do carro de luxo, Marcus Vinícius Machado Rocha, teve ferimentos gravíssimos, ficando na UTI por 10 dias.
De acordo com o MPSP, Fernando ingeriu bebida alcoolica em dois estabelecimentos antes de dirigir o Porsche. A namorada dele e um casal de amigos tentaram impedi-lo de dirigir, mas o condutor ainda assim optou por assumir o risco. Na avenida, ainda segundo o MPSP, Fernando trafegou a mais de 150 km/h.
Fernando se apresentou à autoridade policial mais de 36 horas depois da colisão, tendo deixado o local do acidente sem fazer o teste do bafômetro, com autorização dos policiais militares que atenderam à ocorrência. A conduta dos agentes também está sendo investigada.