Namorada de dono de Porsche que matou motorista de app presta depoimento à polícia
Investigadores querem saber se Fernando Sastre de Andrade Filho havia bebido antes de acidente
A namorada de Fernando Sastre de Andrade Filho, condutor do Porsche que matou um motorista de aplicativo no último dia 31, na zona leste de São Paulo, chegou à delegacia que investiga o caso na manhã desta terça-feira (9) para prestar depoimento. A Polícia Civil quer saber dela se o empresário havia bebido antes da colisão.
Isso porque uma amiga que estava com os dois na noite do acidente disse em depoimento aos policiais do 30º Distrito Policial, do Tatuapé, que a jovem discutiu com Fernando na saída de uma casa de pôquer e não embarcou no carro porque ele teria ingerido drinks e estava "um pouco alterado". Imagens de uma câmera de segurança flagraram o momento da suposta discussão.
Testemunhas que presenciaram a batida também disseram que o motorista do Porsche apresentava sinais de embriaguez, tinha a voz pastosa (lenta, arrastada), estava cambaleando e não sabia dizer o que estava acontecendo.
O delegado assistente da 5ª Seccional Leste, Carlos Henrique Ruiz, disse em coletiva, no sábado (6), que o testemunho da namorada de Fernando era "fundamental" para entender o que aconteceu naquele dia.
"Parece que houve uma discussão na porta da casa de pôquer, onde foi falado que ele não deveria dirigir. Ele teria tido uma discussão com ela e ela pode esclarecer exatamente o que aconteceu, que discussão foi essa. Tanto que o amigo embarcou com ele no carro. Essa testemunha é fundamental", disse a autoridade policial.
Fernando foi indiciado por homicídio doloso, lesão corporal e fuga do local do acidente. O motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, de 52 anos, morreu após a batida, enquanto um amigo do dono do Porsche, Marcus Vinicius Machado Rocha, ficou ferido.
A Justiça já negou dois pedidos de prisão preventiva contra o empresário. Na última decisão, nesta segunda-feira (8), o juiz Roberto Zanichelli Cintra, da 1ª Vara do Júri do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), estabeleceu medidas cautelares a ele. São elas:
- Não se ausentar de São Paulo por mais de 8 dias nem mudar de endereço sem comunicar previamente a polícia;
- Não se aproximar a menos de 500m da vítima sobrevivente, testemunhas ou familiares dela; não estabelecer ou tentar estabelecer com elas qualquer contato;
- Manter atualizado nos autos número de WhatsApp e de telefone celular;
- Juntar aos autos, em até 48 horas, comprovante de depósito em conta judicial no valor de R$ 500 mil de fiança;
- Suspensão da permissão para dirigir veículo automotor;
- Proibição de deixar o Brasil e entrega do passaporte em até 24h;
- Proibição de frequentar os estabelecimentos comerciais onde esteve na noite do crime;
- Entregar ao delegado de Polícia, em até 24h, o aparelho de telefone celular que usava no momento do crime.