No Amazonas, presidente do STF visita presídio e conversa com indígenas
Rosa Weber esteve nas regiões do Alto Solimões e do Vale do Javari (AM) onde Bruno e Dom foram mortos
A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministra Rosa Weber, visitou nesta 3ª feira (21.mar) uma terra indígena em Tabatinga, cidade do Amazonas. Desde 2ª feira (20.mar), a magistrada cumpre agenda oficial na região do Alto Solimões e do Vale do Javari.
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Na Câmara Municipal da cidade, participou do lançamento de cartazes, nas línguas indígenas, com informações sobre os direitos das pessoas presas e audiências de custódia. O material foi traduzido para as etnias: Tikuna, Marubo, Matis e Kanamari.
Para a ministra, a ação demonstra o protagonismo dos indígenas. "Essa ação conjunta do CNJ reflete a caminhada e a vocação do Poder Judiciário para a garantia dos direitos constitucionais destacando o acesso à informação, à Justiça, ao reconhecimento cultural e linguístico dos povos indígenas", afirmou. "Não abriremos mão do respeito aos povos e nações indígenas, que são a história viva do nascimento do Brasil. Imensurável o nosso orgulho de sermos uma das nações de maior diversidade étnica do planeta", concluiu Weber.
Visita ao presídio
Em Tabatinga, Weber também foi a uma unidade prisional, que conta com 92 detentos, entre eles 12 indígenas. Ela conversou com os detentos, ouviu reivindicações de melhorias das condições carcerárias e disse que o CNJ vai analisar a situação junto às autoridades locais.
A presidente do STF ainda inaugurou um escritório social na cidade, um espaço dedicado ao atendimento aos presos e familiares. As iniciativas integram o programa Fazendo Justiça, do CNJ.
"Ao promover a inclusão, buscamos vencer vulnerabilidades e estamos contribuindo para quebra do ciclo de violência e, quiçá, de reincidência", destacou a ministra.
Na passagem pela Amazônia, Rosa Weber ainda se reuniu com representantes dos indígenas e magistrados que acompanham o caso do assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, em junho de 2022.
As audiências de instrução dos acusados dos assassinatos começaram nesta 2ª feira (20.mar). As partes e testemunhas foram ouvidas remotamente.
Weber conversou com juízes e falou sobre as dificuldades de mobilidade no interior do Amazonas, além das preocupações com a segurança dos magistrados que atuam em casos envolvendo tráfico de drogas e crime organizado na região.
Foi a primeira agenda de Rosa Weber fora da capital federal, desde que tomou posse como presidente do STF e do CNJ, em setembro do ano passado.