STF determina trancamento de investigação contra delegado afastado
Felipe Leal era responsável por inquérito que apurava suposta interferência de Bolsonaro na PF
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta 5ª feira (18.nov) o trancamento das investigações contra o delegado Felipe Leal, que era responsável pelo inquérito que apurava suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Polícia Federal.
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Moraes havia afastado o delegado em agosto deste ano. O motivo seria que Leal pretendia apurar atos do atual diretor-geral da PF, Paulo Maiurino.
O inquérito em questão havia sido instaurado a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) após declarações do ex-ministro da Justiça Sergio Moro. Ao deixar o cargo em 24 de abril do ano passado, Moro justificou a decisão com uma suposta interferência do presidente na PF. Leal, porém, determinou providências que foram efetivadas pelo atual diretor da PF -- que assumiu o cargo em 6 de abril deste ano, ou seja, quase um ano depois das declarações de Moro.
Depois do afastamento, o Ministério Público Federal (MPF) deu inicío a uma investigação contra o delegado por abuso de autoridade e improbidade administrativa.
No entanto, para Moraes, o contexto que resultou no afastamento de Leal não representa, por si só, qualquer ato ilícito, não havendo elementos que indiquem conduta irregular por parte do delegado. A decisão ocorreu após a PGR pedir compartilhamento dos autos.