Brasil volta a adiar visto para turistas da Austrália, Canadá e Estados Unidos
Documento voltará a ser obrigatório a partir de abril de 2025; negociação foi feita pela Secretaria de Relações Institucionais
Camila Stucaluc
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a prorrogar a exigência de visto para turistas procedentes do Canadá, da Austrália e dos Estados Unidos. Pelo decreto, publicado em edição extra do Diário Oficial da União de terça-feira (9), o documento voltará a ser obrigatório a partir de 10 de abril de 2025, em vez de nesta quarta-feira (10).
Essa é a terceira vez que Lula prorroga a exigência do visto para os países. Inicialmente, a mudança era para entrar em vigor em outubro de 2023, revogando o decreto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de 2019. Na época, ele derrubou a obrigatoriedade do documento para os viajantes visando incrementar o turismo internacional no Brasil.
Na decisão também estava incluído o Japão. Em agosto de 2023, no entanto, o Brasil entrou em acordo com Tóquio e retirou, de forma recíproca, a exigência de visto. A isenção, já em vigor, tem validade inicial de três anos, e vale para viagens de até 90 dias.
Em justificativa, Lula afirma que a medida de Bolsonaro não teve resultados significativos – ou seja, não aumentou em grande escala o número de turistas no Brasil. Ele alega ainda que a decisão é com base no princípio da reciprocidade, já que os Estados Unidos, o Canadá e a Austrália exigem visto de brasileiros para entrarem nos países.
+ Turismo brasileiro cresce quase 8% e consolida recuperação pós-pandemia
Nesta nova prorrogação, a negociação foi feita pela Secretaria de Relações Institucionais (SRI), e a base de apoio de Lula na Câmara. A ideia era evitar uma derrota para o Planalto na Casa, uma vez que a oposição ameaçou apresentar um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) para retomar a dispensa da documentação aos viajantes estrangeiros.