Brasil condena ato de Israel em declarar Guterres 'persona non grata'
Israel acusou secretário-geral da ONU de apoio a terroristas e o proibiu de entrar no país
O governo brasileiro condenou a decisão de Israel de declarar o secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, como "persona non grata" - em que, na prática, o proíbe de entrar no país. A posição foi oficializada nesta quinta-feira (3), pelo Palácio do Itamaraty.
+Israel declara António Guterres "persona non grata" e o acusa de apoiar terroristas
Na avaliação brasileira, a decisão israelense prejudica a atuação da Organização das Nações Unidas (ONU) na tentativa de conseguir um cessar-fogo no Oriente Médio, além de afetar outros pedidos relacionados ao conflito.
"Da libertação imediata e incondicional de todos os reféns e de um processo que permita a concretização da solução de dois Estados, com um Estado da Palestina independente e viável convivendo lado a lado com Israel, em paz e segurança", diz trecho da nota divulgada.
O anúncio veio um dia após Israel afirmar que Guterres cometeu "equívoco" ao não condenar o ataque do Irã em território israelense.
"Qualquer pessoa que seja incapaz de condenar inequivocamente o odioso ataque do Irã a Israel não merece pôr os pés em solo israelense. Este secretário-geral é contra Israel e apoia terroristas, violadores e assassinos", disse o ministro de Relações Exteriores, Israel Katz, em comunicado.
Em fevereiro, o mesmo ministro fez a indicação contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), destacando que o brasileiro não é bem-vindo no país. A posição veio em retaliação às críticas do presidente contra ações de Israel em Gaza.
Enquanto esteve na Etiópia, em fevereiro, Lula afirmou que as mortes de civis eram um genocídio e fez uma comparação às ações de Adolf Hitler contra judeus no Holocausto durante a Segunda Guerra Mundial.
+Brasil segue sem embaixador em Israel após quatro meses e com ataques no Líbano