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Ibama nega licença para Petrobras perfurar bacia da foz do Amazonas

Entidade alegou que estatal não apresentou garantias de segurança em caso de acidentes com petróleo

Ibama nega licença para Petrobras perfurar bacia da foz do Amazonas
Processo de licenciamento ambiental do bloco FZA-M-59 foi iniciado em 4 de abril de 2014, a pedido da BP Energy do Brasil | Divulgação/Ibama
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O presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho, negou, na 4ª feira (17.mai), a licença solicitada pela Petrobras para exploração de petróleo no bloco FZA-M-59, na bacia da Foz do Amazonas. A decisão, que ocorre "em função do conjunto de inconsistências técnicas", segue recomendação de analistas da Diretoria de Licenciamento Ambiental da entidade.

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O documento técnico apontou que o plano da Petrobras para a perfuração não apresenta garantias de segurança ao meio ambiente em possíveis acidentes com derramamento de petróleo. Com isso, Agostinho requereu que a Margem Equatorial, como é chamada a nova fronteira fóssil que a estatal pretende abrir nos mares amazônicos, seja objeto de uma Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS).

Isso porque a bacia da foz do Amazonas é considerada uma região de extrema sensibilidade socioambiental por abrigar Unidades de Conservação (UCs), Terras Indígenas (TIs) e mangues. A área também é conhecida por possuir uma grande biodiversidade marinha, com espécies ameaçadas de extinção, como boto-cinza, boto-vermelho, cachalote, baleia-fin, peixe-boi-marinho, peixe-boi-amazônico e tracajá.

"O plano da Petrobras ainda apresenta inconsistências preocupantes para a operação segura. A ausência de AAAS dificulta expressivamente a manifestação a respeito da viabilidade ambiental da atividade, considerando que não foram realizados estudos que avaliassem a aptidão das áreas, bem como a adequabilidade da região, de notória sensibilidade socioambiental, para a instalação da cadeia produtiva do petróleo", disse o presidente do Ibama.

O processo de licenciamento ambiental do bloco FZA-M-59 foi iniciado em 4 de abril de 2014, a pedido da BP Energy do Brasil, empresa originalmente responsável pelo projeto. Em dezembro de 2020, os direitos de exploração de petróleo no bloco foram transferidos para a Petrobras, que teve o pedido para perfuração negado pela segunda vez. A primeira tentativa foi em 2018, quando o Ibama negou a emissão de licença para cinco blocos sob controle da empresa.

Para Suely Araújo, especialista-sênior em Políticas Públicas do Observatório do Clima, a decisão de Agostinho foi tecnicamente correta, mas a decisão ainda ocasiona um debate mais amplo sobre o papel do petróleo no futuro do país.

+ Mudança na política de preços não traz "malefício" à Petrobras, diz Félix Jr.

"O momento é de estabelecer um calendário para a eliminação dos combustíveis fósseis e acelerar a transição justa para os países exportadores de óleo, como o Brasil, e não de abrir uma nova fronteira de exploração. Quem dorme hoje sonhando com a riqueza petroleira tende a acordar amanhã com um ativo encalhado, ou um desastre ecológico, ou ambos", disse.

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