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Tabata mantém posição sobre acordo com PSDB e critica "falácia da tarifa zero"; veja íntegra

Pré-candidata do PSB à Prefeitura da capital paulista é a terceira a participar de sabatina do SBT News, em parceria com a rádio Novabrasil

Tabata mantém posição sobre acordo com PSDB e critica "falácia da tarifa zero"; veja íntegra
Tabata Amaral foi a terceira pré-candidata a participar de sabatina promovida por SBT News e Novabrasil | Reprodução
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Tabata Amaral (PSB), deputada federal e pré-candidata à Prefeitura de São Paulo, apresentou suas propostas para a maior cidade do país em entrevista exclusiva exibida pelo SBT News, em parceria com a rádio Novabrasil, na manhã desta terça-feira (23). Ela falou sobre o acordo que tinha com o PSDB e que foi descumprido pelos tucanos, da perda do pai para o crack e sobre o que chamou de "falácia da tarifa zero" – ao contrário de Guilherme Boulos e Ricardo Nunes, ela diz que a cidade não tem dinheiro para garantir passagem gratuita para os paulistanos.

Acordo descumprido pelo PSDB

Tabata afirmou que havia um acordo entre seu partido, o PSB, e o PSDB para a formação de uma chapa que disputaria a Prefeitura de São Paulo. Com isso, os tucanos seriam os responsáveis por indicar o vice da pré-candidata – possivelmente o apresentador José Luiz Datena, que se filiou ao PSB em dezembro de 2023 e chegou a participar do lançamento da pré-candidatura de Tabata, que aconteceu na laje da casa da parlamentar, na Vila Missionária. Meses depois, porém, migrou para o PSDB e acabou sendo lançado como pré-candidato tucano.

"A gente não muda de palavra, a gente não muda nossa posição. A nossa palavra foi dada. Caso o Datena desista da candidatura e o PSDB queira cumprir o acordo que foi firmado, a gente vai sentar, vai conversar, vai entender quem seria esse outro vice", disse ela, que descartou o apresentador de programas policiais para a vaga:

"Datena já manifestou que não quer ser vice, a gente entendeu que as coisas mudaram nos últimos tempos", concluiu.

PSDB e PSB marcaram para o mesmo dia, 27 de julho, as convenções que vão oficializar as candidaturas de Tabata e Datena nas eleições municipais. O apresentador tem um histórico de desistências em corridas eleitorais e, por isso, a deputada federal ainda acredita que os tucanos podem cumprir o acordo firmado entre os partidos.

Cracolândia e revitalização do centro

A pré-candidata do PSB, que viu o pai morrer após se tornar dependente químico de crack, afirmou que é preciso olhar para essas pessoas, que estão doentes, sem preconceito. Ela defende que a prefeitura garanta mais vagas para tratamento. "Eu perdi meu pai pro crack quando ele tinha 39 anos. Meu pai sempre foi um homem bom, nunca se envolveu com crime, sempre quis uma vaga, mas nunca encontrou um leito no serviço público", disse.

"Não tem um compromisso sério com a saúde mental, não tem vaga para tratar quem tá doente, seja por conta de crack, seja por conta de álcool. Tem bandido, e a gente vai ter que olhar pra isso, mas tem doente também, e São Paulo precisa ser referência no cuidado da mente, no cuidado de transtornos mentais", completou.

Segundo ela, os dependentes químicos são usados como "escudo humano" por traficantes, um sistema criminoso "que lucra milhões de reais". Por isso, diz, é necessário um trabalho em conjunto com o governo do estado, com a Polícia Civil, a Polícia Militar e a Guarda Civil Metropolitana (GCM).

O olhar diferenciado para a situação da cracolândia, como um problema de saúde e de segurança pública, junto a um projeto de locação social e moradias populares na região central são as propostas de Tabata para revitalizar o local.

"A gente não vai recuperar o nosso centro se não tiver gente circulando de manhã, tarde e noite. Todo comerciante, todo morador, sabe que a forma de você ter a rua mais segura é ter gente transitando", afirma.

Transporte público e tarifa zero

Tabata disse que é preciso priorizar o transporte público para além do discurso. "Nossa frota está 20% menor desde a pandemia, tem menos ônibus circulando", criticou.

Como proposta, ela defende retomar a frota de ônibus e expandir os quilômetros de faixas exclusivas. Ainda segundo ela, é preciso reorganizar o transporte público na capital paulista: "A cidade mudou, a cidade cresceu, mas as linhas de ônibus estão no exato mesmo lugar de sempre", disse.

A deputada federal é crítica ao projeto de tarifa zero, que chama de "mentira" e "falácia". A gratuidade no transporte é defendida por adversários tanto da esquerda, como Guilherme Boulos (PSOL), como da direita, caso de Ricardo Nunes (MDB).

"Não tem dinheiro pra isso, não tem como fazer tarifa zero de segunda a segunda em São Paulo. Esse dinheiro que estão prometendo, falsamente, para a tarifa zero eu vou colocar para a inteligência, para aumentar faixas exclusivas, pra trazer mais ônibus. Enquanto o transporte público não for confiável, não for mais rápido, as pessoas vão continuar indo de carro", diz.

Questionada pelo jornalista Marcelo Casagrande, do SBT News, se revogaria a tarifa zero aos domingos, implantada por Nunes em dezembro de 2023, ela disse que não. "Acho que serve a um outro propósito, que é da pessoa poder circular, fazer lazer, acessar o centro e ter cultura. O que a gente não tem dinheiro pra fazer e que é uma mentira, é uma falácia de quem promete, é fazer de segunda a segunda", destaca.

Embate com Pablo Marçal

Perguntada sobre a situação mais difícil que já passou na política, a parlamentar de 30 anos – que está em seu segundo mandato na Câmara dos Deputados – lembrou do ataque que sofreu do também pré-candidato Pablo Marçal (PRTB), que insinuou que ela teria responsabilidade pela morte do pai em uma entrevista. "Eu também tive um pai que foi alcoólatra, mas a família ajudou e ele deixou o alcoolismo. Já sobre o pai dela, ela foi pra Harvard, e o pai dela acabou morrendo", disse ele para a IstoÉ.

"Ele ficou bastante descontrolado e bastante irritado com o fato de que eu expus que ele já foi condenado por fazer parte de uma quadrilha que roubava aposentado, que ele responde a inúmeros processos, e ele não soube lidar com essa crítica, com essa provocação e fez um ataque baixíssimo", afirmou Tabata.

"Não foi a coisa mais difícil, mas foi a coisa mais baixa, porque uma coisa é você me atacar, outra coisa é você atacar a honra da minha família, a honra do meu pai. As doenças que meu pai tinha não o definiram. Meu pai era um homem doente, mas era um homem brilhante", finalizou.

Fuga da polarização

A pré-candidata defendeu ser a única que consegue dialogar e trabalhar tanto com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), quanto com o presidente Lula (PT). "Passa a eleição e eu 'desmonto palanque'. Essa capacidade de diálogo, de entrega, que eu venho demonstrando em Brasília, eu farei aqui em São Paulo também", disse.

"Eu vejo um governo mais ao centro, que não vai estar pautado em Lula e Bolsonaro, esquerda e direita. Tudo isso é pouco pra São Paulo, é pequeno. Quem quiser falar de segurança pública, de educação, de como a gente desmonta a cracolândia – imagino que isso vá da centro-esquerda a centro-direita –, vai ter espaço nesse projeto", concluiu.

Veja íntegra da entrevista de Tabata Amaral:

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