Bolsonaro será presidente de honra do PL, anuncia Valdemar Costa Neto
Presidente nacional da sigla, que não falava havia 10 anos, também disse que partido será oposição a Lula
Avesso a entrevistas desde que virou alvo da Justiça e da imprensa por causa do escândalo do Mensalão, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, recebeu a imprensa, na tarde desta 3ª feira (8.nov), em um auditório no mesmo prédio onde fica a sede da sigla, em área nobre de Brasília. O dirigente influente e que conhece como poucos os bastidores do xadrez político voltou a dar entrevista depois de 10 anos em silêncio sem conversar com jornalistas.
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O fim do silêncio tem um motivo: marcar a posição do PL como a principal sigla de oposição ao terceiro governo de Lula, que começa em janeiro do ano que vem. E para isso confirmou que o presidente Jair Bolsonaro ao deixar o Palácio do Planalto vai ser o presidente de honra da sigla e receberá todo o apoio para fazer o papel de principal líder de oposição do futuro governo."Se o capitão der ordem, nós vamos fazer!" Valdemar evitou até mesmo condenar os atos antidemocráticos que estão sendo feitos pela militância bolsonarista desde 30 de outubro, data do segundo turno.
Valdemar Costa Neto negou, no entanto, que o PL irá pagar o aluguel de uma mansão em área nobre de Brasília para Bolsonaro e a família morarem após 1º de janeiro. O presidente do PL afirmou que o atual mandatário já é automaticamente o nome da sigla para disputar a eleição em 2026. "Queremos o Bolsonaro à frente dessa luta que ele construiu para levar o nosso partido a um patamar mais importante."
Sobre ser oposição ao governo Lula, Valdemar deixou claro que, apesar de internamente alguns parlamentares serem próximos do futuro presidente, o partido não deve facilitar os trâmites no Congresso para o petista. O motivo é simples: a sigla tem a maior bancada, com quase 100 parlamentares. "Ninguém isola 99 deputados federais. Você não tem paz para nada. Eles vão ter que compor com a gente, não tem saída. É um inferno", ressaltou o dirigente partidário.
O presidente do PL não quis reconhecer publicamente o resultado das eleições anunciado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e disse que vai esperar a divulgação do teor do relatório feito pelo Ministério da Defesa em uma auditoria paralela. A pasta anunciou que irá enviar o parecer ao TSE nesta 4ª feira (9.nov). Valdemar Costa Neto não explicou, no entanto, por que motivo o documento feito à revelia pelos militares poderia alterar o resultado confirmado pela Justiça Eleitoral no fim de outubro. O presidente nacional da sigla de Bolsonaro sugeriu que o relatório da Defesa poderá apresentar inconsistências sem dizer quais.