Juros médio de crédito livre vai a 46,7% em novembro; inadimplência fica estável
O estoque de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) chegou a R$ 7 trilhões em novembro


Exame.com
Em novembro, quem recorreu a empréstimos e financiamentos enfrentou juros altos, especialmente nas linhas mais livres, aquelas definidas pelo mercado.
A taxa média de juros do crédito livre subiu de 46,1% em outubro (dado revisado de 46,3%) para 46,7% em novembro, segundo o Banco Central (BC). Em comparação, em novembro de 2024, a taxa estava em 40,9%.
Para pessoas físicas, a taxa média chegou a 59,4% ao ano, marcando uma alta de 0,9 p.p. no mês e de 6,2 p.p. em 12 meses. Entre os produtos que mais pressionaram esse aumento estão o crédito pessoal não consignado, o cartão de crédito rotativo e o cartão parcelado.
Para as empresas, o cenário foi menos pesado: a taxa média ficou em 24,5% ao ano, caindo levemente no mês, mas ainda acima do registrado há um ano.
Apesar das taxas elevadas, a inadimplência do Sistema Financeiro Nacional (SFN) permanece relativamente controlada. No crédito total, os atrasos acima de 90 dias ficaram estáveis em 3,8% no mês, com variação de 0,7 p.p. nos últimos 12 meses.
No crédito livre, a inadimplência seguiu estável em 5%, com pessoas físicas recuando levemente em 0,1 p.p. no mês para 6,3%, assim como a de pessoas jurídica, em 2,9%.
O endividamento das famílias seguiu em 49,3% da renda disponível, com aumento gradual em novembro. O comprometimento da renda com o pagamento de dívidas também avançou, alcançando 29,4%
Em novembro, os bancos e instituições financeiras liberaram R$ 637,5 bilhões em novos empréstimos e financiamentos, as chamadas concessões nominais de crédito, segundo dados do BC.
O valor representa uma queda de 6,6% em relação ao mês anterior, refletindo uma desaceleração nas novas contratações, tanto para pessoas físicas quanto para empresas.
Estoque de crédito
O estoque de crédito do SFN, que representa o total de empréstimos e financiamentos em aberto no país, chegou a R$ 7 trilhões em novembro, com crescimento de 0,9% no mês.
As pessoas físicas concentraram a maior parte, com saldo de R$ 4,4 trilhões, enquanto o crédito para empresas somou R$ 2,6 trilhões. Apesar do avanço, o ritmo de crescimento vem desacelerando: nos últimos 12 meses, o estoque subiu 9,5%, abaixo dos 10,2% registrados até outubro.
O crédito livre somou R$ 4 trilhões, avançando 0,7% no mês e de 7,8% em doze meses.
Para pessoas físicas, o destaque foi o crédito pessoal, financiamento de veículos e cartão à vista, que puxaram alta de 1,3% em novembro. Já para empresas, houve queda em linhas como desconto de duplicatas e capital de giro, apesar do crescimento em antecipação de faturas de cartão.
O crédito direcionado, com condições e juros regulados, atingiu R$ 3 trilhões, crescendo 1% no mês. As empresas tiveram alta de 1,1%, enquanto as famílias avançaram 1%.









