Governo Lula suspende Plano Safra por atraso na aprovação do Orçamento de 2025
Ministério da Fazenda busca alternativa junto ao Tribunal de Contas da União para retomada das linhas de crédito
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Vinícius Nunes
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, acionou nesta sexta-feira (21) o Tribunal de Contas da União (TCU) em busca de uma solução para a retomada imediata das linhas de crédito do Plano Safra 2024/2025. Os financiamentos foram suspensos nessa quinta (20) devido ao atraso na aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025.
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O Tesouro Nacional anunciou a interrupção de todos os programas voltados para grandes produtores, enquanto as linhas de crédito destinadas a pequenos produtores e à agricultura familiar permanecem ativas.
Além do atraso orçamentário, o Tesouro destacou que a alta da Selic, a taxa básica de juros, também influenciou a decisão, pois o aumento eleva o custo do programa, tornando seu financiamento mais oneroso.
Diante desse cenário, o governo busca respaldo técnico e legal do TCU para retomar os créditos do Plano Safra por outras vias de financiamento.
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No Congresso Nacional, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) criticou a suspensão e afirmou, em nota, que "culpar o Congresso Nacional pela própria incapacidade de gestão dos gastos públicos não resolverá o problema". A FPA afirmou que "a má gestão impacta no aumento dos juros e impede a implementação total dos recursos necessários".
Para 2025, o Plano Safra prevê mais de R$ 485 bilhões em crédito para pequenos, médios e grandes produtores.
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Em 24 de janeiro, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, anunciou que o governo está discutindo um novo Plano Safra para estimular a produção agropecuária e reduzir o preço dos alimentos.
Em entrevista ao ICL Notícias, nesta sexta, Haddad disse que o próximo Plano Safra será o "mais robusto da história".