Mauro Cid fala sobre a pressão do agronegócio por plano golpista; veja vídeo
Setor financiou acampamentos em quartéis e cobrava ações, diz ex-ajudante de ordens
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Ellen Travassos
Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid relatou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a angústia do "pessoal do agronegócio" ao "esperar que fosse dado o golpe". A revelação ocorreu durante a delação premiada que foi liberada nesta quinta-feira (20), pelo ministro.
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Em um primeiro momento, o delator desconversa e diz que se tratava de uma pressão das pessoas que estavam acampadas em frente ao quartel, mas depois, afirma que realmente se tratava de financiadores do agronegócio que estavam ajudando a manter manifestantes que ocupavam a entrada dos quartéis.
No trecho, Cid é questionado sobre mensagens do tenente Aparecido Portela, amigo do ex-presidente Jair Bolsonaro e suplente de senador pelo Partido Liberal (PL) do Mato Grosso do Sul (MS). No diálogo, Cid diz que "Estão me cobrando se vai ter churrasco", que seria um codinome para o golpe de Estado. Ele respondeu que era "ponto de honra" e explicou a conversa durante a delação.
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O ministro solicitou que constasse em ata que "Aparecido Portela estava cobrando a efetivação do golpe, pois, ao dizer 'o pessoal que colaborou com a carne', estava se referindo a pessoas do agronegócio que contribuíram financeiramente para a mobilização e manutenção de inúmeras pessoas na frente dos quartéis."