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Política

Mauro Cid relata ter recebido dinheiro a ser entregue para kids pretos

Em delação, ex-ajudante de ordens conta ter entregado recursos a major acusado de participação em plano que previa a morte de Lula, Alckmin e Moraes

Imagem da noticia Mauro Cid relata ter recebido dinheiro a ser entregue para kids pretos
Mauro Cid em audiência com o ministro do STF Alexandre de Moraes | Divulgação/STF
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O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, detalhou durante a delação como se deu a entrega de dinheiro a kids pretos – como são chamados os membros de tropa de elite do Exército – acusados de tentar matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

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Cid relatou ter recebido um telefonema do major Rafael Martins Oliveira dizendo que "estava sem recursos" para levar à frente o plano, que incluía a "neutralização" dos alvos. O tenente-coronel disse que prometeu "tentar conseguir" algum "apoio" e, em seguida, procurou o general Braga Netto, vice na chapa de Jair Bolsonaro na disputa da eleição de 2022. Ele deu a ideia de pedir dinheiro ao Partido Liberal, que negou o recurso.

"Fui conversar com o coronel lá que era responsável pelo partido. Eu não me recordo o nome dele. Inclusive, ele viu o documento. Eu imprimi o documento e mostrei para ele o documento. Esse documento, o inicial, que tinha só as relações. Aí ele falou que ele não poderia [...] o partido não podia trazer manifestantes ou apoiar com esse tipo de material. Aí eu voltei no general Braga Netto e ele falou: 'Vou dar um jeito, vou conseguir por outros caminhos'", diz Cid.

Duas semanas depois, Cid afirmou que entregou ao major Oliveira recursos para financiar a logística do plano Punhal Verde e Amarelo em uma sacola de vinho, e que os valores foram entregues a ele pelo Braga Netto.

O dinheiro teria sido entregue aos chamados kids pretos, integrantes das Forças Especiais do Exército, que seriam os encarregados de executar o plano. Cid não deixou claro no depoimento qual valor estava na sacola de vinho, mas, de acordo com conversas interceptadas ao longo da investigação, o valor solicitado pelo ex-ministro e general Braga Netto foi de R$ 100 mil.

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