Com leilões do BC, dólar recua mais de 2% e fecha em R$6,12
Moeda estrangeira teve primeira queda após intervenções do Banco Central. Nesta quinta (19) foram leiloados US$8 bilhões das reservas à vista
Marcela Guimarães
Um dia depois do dólar bater o recorde de valor - R$ 6,267, maior cotação desde o início do Plano Real, em 1994 - da moeda estrangeira caiu nesta quinta-feira (19), fechando o dia a R$6,12, em queda de 2,27%.
Pela manhã, em meio às incertezas sobre a tramitação do pacote fiscal no Congresso, a divisa chegou a valer R$6,30. A cotação foi cedendo ao longo do dia, resultado de dois novos leilões de dólares realizados pelo Banco Central (BC).
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Logo após a abertura do mercado, um leilão de US$3 bilhões à vista foi concluído, mas não foi capaz de conter a disparada. Por volta das 10 horas da manhã, foi concluído o segundo leilão de US$5 bilhões.
A intervenção do BC no câmbio busca segurar o preço do dólar neste fim de ano, período onde tradicionalmente há mais saídas das divisas, mas que ganhou impulso com o estresse do mercado financeiro em relação ao teto de gastos do governo. Integrantes da administração Lula e e da base aliada no Congresso dizem que algumas fake news contra o futuro presidente do BC, o diretor Gabriel Galípolo, teriam influênciado um pessimismo "exagerado" no mercado.
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O leilão desta quinta-feira é o quarto realizado pelo Banco Central nos últimos dias, e o primeiro a provocar o recuo do dólar. Ao todo, já foram leiloados mais de US$15 bilhões no mercado de câmbio. O último tinha sido na terça-feira (17), quando o BC vendeu US$1,272 bilhão das reservas internacionais pela manhã e US$2,015 bilhões à tarde.
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