Apostadores reclamam dificuldades para sacar valores em plataformas de apostas
Problemas não são novos: 20% das reclamações contra empresas de apostas são relacionadas a saques
Apostadores registraram queixas após enfrentar dificuldades para sacar os valores depositados em casas de apostas online. O governo afirma que, mesmo após o bloqueio das plataformas irregulares, as casas de apostas continuam obrigadas a restituir quem tiver dinheiro investido e fizer a solicitação.
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Um dos produtores do SBT testou a criação de contas em duas plataformas diferentes e não encontrou dificuldades para apostar. No entanto, ao tentar retirar o valor depositado antes do prazo estipulado pelo Ministério da Fazenda, ele enfrentou obstáculos.
Na primeira bet, onde depositou R$ 35, foi informado que só poderia sacar após realizar uma aposta do mesmo valor. Ou seja, caso perdesse a aposta, perderia todo o dinheiro. Na segunda plataforma, o valor depositado foi de apenas R$ 10, mas o saque foi recusado com a justificativa de que estava abaixo do limite mínimo de pagamento estipulado pelos termos de uso.
Esses problemas não são novos. De acordo com a plataforma Reclame Aqui, quase 20% das reclamações envolvendo sites de apostas (19,7%) estão relacionadas a dificuldades no saque de dinheiro. Entre janeiro e outubro deste ano, foram registradas 28,3 mil queixas desse tipo, uma média de 95 casos por dia.
Com a regulamentação do setor de apostas, o governo federal espera mudar esse cenário. Mesmo que alguns domínios sejam bloqueados, as bets continuam obrigadas a restituir os valores aos apostadores. Aqueles que não conseguirem resgatar o dinheiro de sites que já saíram do ar terão que buscar alternativas para recuperar os valores e evitar mais prejuízos.
Especialistas em direito digital alertam que a dificuldade no saque se deve ao fato de muitas dessas empresas não terem sede no Brasil. No entanto, é recomendado que os apostadores não desistam e procurem os órgãos competentes, como o Procon, para registrar suas queixas.
Atualmente, apenas 96 empresas responsáveis por 210 sites de apostas estão autorizadas a operar no Brasil, com outras 18 tendo autorização para atuar em nível estadual. Porém, a Associação Nacional de Jogos e Loterias afirma que ainda é cedo para considerar o mercado brasileiro online como seguro para apostas, reforçando que uma regulamentação completa trará mais segurança ao jogador a partir de janeiro.