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"A corrupção contra-ataca e nós estamos sendo alvo", afirma diretor da Transparência Internacional

Em entrevista ao SBT News, Bruno Brandão comentou pedido para investigar a ONG feito pelo ministro Dias Toffoli

"A corrupção contra-ataca e nós estamos sendo alvo", afirma diretor da Transparência Internacional
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Após a determinação do ministro Dias Toffoli do Supremo Tribunal Federal (STF) de investigar a organização não governamental Transparência Internacional, a instituição afirmou que os responsáveis pelo processo estão sendo “ludibriados com informações falsas que já haviam sido desmentidas, inclusive pela própria Procuradoria-Geral da República”.

+Toffoli manda investigar atuação da ONG Transparência Internacional

Em entrevista ao Poder Expresso, do SBT News, o diretor-executivo da ONG, Bruno Brandão afirmou que a Transparência Internacional está sendo atacada há quatro anos por conta de supostas ligações com os procuradores da operação Lava Jato. “É importante deixar muito claro que a Transparência Internacional jamais recebeu, ou receberia, qualquer recurso do acordo de leniência da holding J&F ou de qualquer acordo. Tampouco seria gestora desses recursos. Lamentavelmente se criou uma fake news há mais de quatro anos”, afirmou

Conforme deliberação do ministro do STF, será investigado “eventual apropriação indevida de recursos públicos” pela organização e “seus respectivos responsáveis”. Toffoli ainda ordenou que os documentos sejam repassados ao Tribunal de Contas da União (TCU) e à Corregedoria-Geral da União (CGU).

“Nós somos uma organização presente em mais de 100 países, com 30 anos de atividade, e é absurda e leviana essa acusação. Infelizmente a corrupção contra-ataca e nós estamos sendo alvo, há muito tempo, de abusos e assédio judicial”, declarou Brandão.

Em nota, a Controladoria-Geral da União (CGU) informou que não foi notificada da decisão de Toffoli e, a partir da análise dos autos, vai avaliar a eventual necessidade de providências no âmbito das suas competências.

Confira a entrevista:

Na entrevista, o diretor-executivo da Transparência Internacional citou o financiamento de um evento como argumento muito frágil para a investigação. “Em determinado evento, um específico, tivemos o patrocínio de uma empresa petrolífera estrangeira. Nosso financiamento vem de inúmeras fontes. Querem associar algo específico e restrito a um evento, acadêmico inclusive, e muito posterior aos fatos. A Lava Jato ocorreu há 5, 6 ou 7 anos e esse patrocínio ocorreu ano passado. Então é mais uma tentativa, e vão tentar várias outras, para deslegitimar nosso trabalho anticorrupção, que incomoda a esquerda, a direita, mas, principalmente, acima. É um trabalho que, pela sua natureza, incomoda muita gente e vão tentar de todas as maneiras nos deslegitimar", disse Brandão.

Em 2017, foi celebrado acordo de leniência entre o Ministério Público Federal (MPF) e a empresa J&F no qual foi pactuado o pagamento de R$ 10,3 bilhões a título de ressarcimento, dos quais R$ 8 bilhões destinados a entidades individualmente lesadas e R$ 2,3 bilhões destinados à execução de projetos nas áreas da educação, saúde, meio ambiente, pesquisa e cultura.

A decisão de Toffoli se deu no âmbito de ação apresentada pelo deputado federal Rui Falcão (PT-SP) contra procuradores da República pela prática de improbidade administrativa, faltas disciplinares e violações de deveres éticos e funcionais. De acordo com o parlamentar, o MPF atuou desde 2014 com a Transparência Internacional lhe “concedendo poderes de gestão e execução sobre recursos públicos, sem que se submetessem aos órgãos de fiscalização e controle do Estado brasileiro”.

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