Guedes sugere prorrogar estado de calamidade para pagar auxílio de R$ 600
Ministro da Economia afirma que manutenção do valor ultrapassaria o teto de gastos em R$ 52 bilhões
André Anelli
O ministro da Economia, Paulo Guedes, sugeriu a prorrogação do estado de calamidade para manter o valor de R$ 600,00 do Auxílio Brasil no ano que vem. Segundo o projeto de orçamento da União divulgado pelo governo, a previsão do valor do benefício é de R$ 405,00 em 2023.
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Guedes alegou que o benefício de R$ 600,00 representaria R$ 52 bilhões a mais no orçamento de 2023 e ultrapassaria o teto de gastos. Ainda segundo o ministro, o governo vai negociar a manutenção do valor com o Congresso.
"tem uma solução temporária. Se a guerra continua, a guerra da Ucrânia, você prorroga o estado de calamidade, e aí você continua com os R$ 600", disse Paulo Guedes.
Para a oposição, não há garantia de que o valor seja mantido. "um governante que tivesse compromisso com a situação real do povo brasileiro já teria mandado não só os R$ 600 como uma proposta permanente, mas ele teria avançado mais", afirmou o deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP).
Já os governistas se dizem prontos para colaborar com a aprovação de uma emenda constitucional que aumente o valor do benefício. "Para o ano que vem, é possível resolver isso com uma decisão política do Congresso Nacional, para socorrer estas pessoas que estão afetadas pela pandemia e pela guerra da ucrânia, abrir um extra-teto", diz Ricardo Barros, líder do governo na Câmara.
O relator do orçamento no Senado, Marcelo Castro, disse que o Ministério da Economia já deveria ter indicado a manutenção do valor do Auxílio Brasil de R$ 600 para o ano que vem, se essa é a intenção do governo.
"O presidente Bolsonaro vem dizendo sempre que vai continuar com esse valor no ano que vem, só que ele fala isso, mas não propõe. Quem é governo, não precisa prometer, propõe. Evidentemente que o legislativo está aqui para dialogar".
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