CPMI que vai apurar atos golpistas de 8 de janeiro deve ser instalada após feriado
Deputados e senadores estudam quem serão os membros do colegiado
André Anelli
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que vai apurar os atos golpistas de 8 de janeiro deve ser instalada logo depois do feriado. Deputados e senadores da oposição e do governo ainda estudam quem serão os membros do colegiado.
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O líder da oposição na Câmara admitiu que o governo Lula deve contar com maioria no Senado, mas espera equilibrar a quantidade de membros junto aos deputados. "Há uma maioria de deputados de centro, de partidos com cargo no governo, mas não se declaram abertamente como base. Acredito que para esses partidos é interessante que eles tenham o governo na berlinda, que possam ficar com a faca no pescoço. Até porque se tiver domínio na CPI, esses partidos não terão como fazer negociação com o governo", afirmou Carlos Jordy.
Já o vice-líder do governo na Câmara estima ter pelo menos dez deputados aliados ou de partidos considerados neutros. "Nós esperamos ter, dos 16 nomes que vão compor a na Câmara, pelo menos 10 nomes que sejam aliados dos partidos do governo. Se houve omissão no processo serão todos eles investigados. O que não pode é tentar inverter a história com acusações esdrúxulas, tipo o próprio governo que foi vítima do processo de tentativa de golpe ser responsável por isso", disse Rogério Correia.
Um dos fatos recentes, que será apurado pela comissão, é a revelação que a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) usou o aplicativo de mensagens WhatsApp para notificar o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), da presidência da República, sobre o risco dos atos golpistas de 8 de janeiro.
O posicionamento veio após reportagem do jornal Folha de São Paulo, que afirma que relatórios da Abin mostravam que o ex-ministro do GSI, general Gonçalves Dias, recebeu notificações sobre possíveis atos violentos no início de janeiro. A informação contradiz o próprio general, que alegou não saber da possibilidade das manifestações, que resultaram na depredação dos prédios dos Três Poderes.
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