Homem mata ex após ser denunciado e liberado de delegacia
Segundo advogada especialista em feminicídios, caso foi motivado por uma sucessão de erros da polícia
Bruna Ostermann
Momentos após ser liberado ao ser acusado de violência doméstica, um homem assassinou sua ex-companheira, Kelly Lidiane de Carvalho Moreira, de 36 anos, em Uruguaiana, no Rio Grande do Sul. Guilherme Grisóstimo foi detido depois de ter sido denunciado por agressão pela vítima.
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A Polícia Civil irá investigar a conduta da delegada de plantão, Amanda Andrade, responsável por liberar o criminoso, já que não houve prisão em flagrante após a denúncia por lesão corporal. A agente se manifestou por nota, ressaltando que Kelly optou por não registrar a ocorrência. Ela assumiu o cargo em setembro do ano passado e ainda está em período de avaliação como servidora pública.
O diretor de departamento da Polícia do Interior do Rio Grande do Sul, Nedson Ramos de Oliveira, fala que o suspeito poderia ser preso, já que o crime pode se enquadrar na Lei Maria da Penha.
"O problema é que quando chega à delegacia esse homem é liberado como se fosse algo banal. Agredir uma mulher já é algo grave. Ela tinha o direito de ser conduzida com os policiais até um lugar seguro. É isso que diz a lei", afirma a advogada especialista em crimes de gênero, direito antidiscriminatório e feminicídios, Fayda Bello. A jurista ainda diz que a morte de Kelly foi motivada por uma sucessão de erros.
Já Carmen Campos, conselheira de uma ONG especializada em direito da mulher, acredita que existe a necessidade de uma melhor capacitação dos servidores, em geral, para atender as vítimas de violência de gênero.
Kelly estava grávida e deixa quatro filhos. A corregedoria da polícia abriu sindicância para apurar o caso.
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