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Victor Nussenzweig, pioneiro no combate à malária, morre aos 97 anos

Pesquisador teve reconhecimento internacional por avanços no combate à malária e dedicou a vida ao estudo das doenças tropicais

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Morre Victor Nussenzweig, referência no combate à malária | Foto: Reprodução / UnivespTv
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O imunologista Victor Nussenzweig, referência mundial no estudo e combate à malária, faleceu nesta segunda-feira (11) aos 97 anos.

A informação foi confirmada pela Academia Brasileira de Ciências (ABC), instituição da qual ele era membro titular.

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Victor Nussenzweig, filho de imigrantes poloneses, nasceu em São Paulo em 1928 e se tornou uma referência mundial na pesquisa contra a malária, doença parasitária que ainda atinge milhões de pessoas em países tropicais como o Brasil.

Formado em medicina pela USP em 1953, Nussenzweig conheceu na universidade a esposa, Ruth Sonntag, com quem se casou na biblioteca da faculdade.

Juntos, Victor e Ruth, que faleceu em 2018, fizeram carreira de destaque no estudo de doenças tropicais. Seus trabalhos pioneiros sobre as proteínas do parasita Plasmodium abriram caminho para novas formas de prevenção da malária e influenciaram gerações de cientistas.

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Victor concluiu o doutorado na USP em 1958 e trabalhou como assistente de pesquisa em parasitologia. Desde 1971, foi professor titular no Departamento de Patologia da New York University School of Medicine, nos Estados Unidos.

No comunicado de falecimento do pesquisador, a presidente da ABC, Helena Bonciani Nader, disse que “a ciência brasileira perdeu hoje um grande cientista e humanista, que apesar de afastado do país por alguns anos em função da ditadura militar, nunca deixou de ser um brasileiro”.

O que é a malária e quais são os riscos?

A malária é uma doença infecciosa grave, causada por protozoários do gênero Plasmodium, transmitidos pela picada da fêmea do mosquito Anopheles, conhecido como mosquito-prego. A infecção afeta os glóbulos vermelhos e, nos casos mais graves, pode comprometer órgãos como cérebro, pulmões e rins.

Os sintomas costumam surgir entre 7 e 30 dias após a picada, podendo incluir febre, calafrios, dores no corpo, fadiga, anemia, vômitos e até queda de pressão arterial.

Segundo o Ministério da Saúde, a maior parte dos casos de malária no Brasil são causados pelo Plasmodium vivax, que costuma ter menos complicações associadas. De acordo com a Pasta, mais de 35,5 mil casos foram notificados em 2025 no país.

Apesar de tratável com medicamentos antimaláricos — fornecidos gratuitamente pelo SUS —, a forma grave da doença, como a que acometeu Salgado, pode deixar sequelas permanentes, especialmente quando diagnosticada tardiamente.

Ainda não há vacina disponível para a população brasileira — embora uma vacina contra o tipo vivax, desenvolvida na USP, esteja em fase de patente. A prevenção pode ser feita com o uso de mosquiteiros, repelentes, roupas protetoras e obras de saneamento em áreas de risco.

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