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TJRJ torna ré deputada Lucinha e ex-assessora por suspeita de envolvimento com milícia

Deputada estadual do PSD é acusada pelo Ministério Público de integrar o núcleo político do grupo conhecido como “Bonde do Zinho”

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Deputada estadual Lucinha (PSD-RJ) é suspeita de envolvimento com milícia no Rio de Janeiro | Reprodução
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A Justiça do Rio de Janeiro decidiu, nesta segunda-feira (15), tornar rés a deputada estadual Lucinha (PSD-RJ) e sua ex-assessora parlamentar, Ariane Afonso Lima, por suspeita de envolvimento com milícia. A decisão foi tomada pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

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Em junho de 2024, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou Lucinha e sua ex-assessora parlamentar, Ariane Afonso Lima, por suposta participação na milícia conhecida como “Bonde do Zinho”, “Tropa do Z” ou “Família Braga”.

Segundo o MPRJ, o grupo criminoso é chefiado por Luis Antonio da Silva Braga, conhecido como Zinho, apontado como um dos principais líderes de milícia na zona oeste do Rio.

De acordo com as investigações, Lucinha e Ariane fariam parte do núcleo político da organização, com a função de defender os interesses da milícia junto ao poder público. A atuação das denunciadas não envolvia ações armadas, mas articulação política e uso de influência institucional para beneficiar o grupo criminoso.

A denúncia aponta que, em julho de 2021, Lucinha e Ariane teriam fornecido informações privilegiadas sobre a agenda de visitas do prefeito do Rio, Eduardo Paes, à zona oeste da capital.

Com isso, integrantes da milícia teriam conseguido retirar criminosos das ruas nas áreas dominadas pelo grupo antes das visitas oficiais.

O MP também relata tentativas de interferência junto ao prefeito e outras autoridades municipais para manter a chamada “Brecha da P5” no transporte público alternativo.

A prática permitiria que vans circulassem fora do itinerário autorizado, ampliando a arrecadação, apontada como uma das principais fontes de renda da milícia.

Com a decisão, a deputada passa à condição de ré, e o processo entra na fase de instrução, com coleta de provas e depoimentos. A defesa ainda poderá se manifestar ao longo do andamento da ação.

Relembre o caso

O MPRJ apresentou uma denúncia contra a deputada e uma ex-assessora parlamentar, acusadas de integrar a milícia conhecida como “Bonde do Zinho”, do preso Luis Antonio da Silva Braga, o Zinho.

Na denúncia, enviada no dia 5 de junho de 2024, o procurador-geral de Justiça Luciano Mattos detalhou que, em novembro de 2021, Lucinha teria usado o cargo para libertar membros da milícia de Zinho que haviam sido presos em flagrante.

“A denunciada Lucia Helena Pinto de Barros, de forma livre, consciente… utilizando-se do prestígio e facilidades do cargo de Deputada Estadual que ocupava, e invocando a condição de agente público, prestou auxílio a membros do núcleo operacional do Bonde do Zinho, presos em flagrante, interferindo na confecção do RO [Registro de Ocorrência]", revela trecho do documento.

O SBT News entrou em contato com advogados que representam a deputada, mas não teve resposta. O espaço segue aberto e a reportagem será atualizada.

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