MP denuncia acusado de matar homem em adega em Guarulhos (SP)
David Ferreira desferiu soco no rosto de Paulo Vinícius dos Santos, que perdeu a consciência; réu arrastou a vítima até um estacionamento e o deixou agonizando
Sofia Pilagallo
Agência SBT
O Ministério Público de São Paulo (MPSP) denunciou, nesta segunda-feira (15), o acusado de matar um homem na porta de uma adega em Guarulhos, na Grande São Paulo, em 20 de outubro. David Ferreira vai responder por homicídio triplamente qualificado — por motivo fútil, emprego de meio cruel e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima.
Na ocasião, David, que trabalhava como segurança da adega, discutiu com Paulo Vinícius dos Santos, de 36 anos, e desferiu um soco em seu rosto, fazendo com que o homem caísse e batesse a cabeça no asfalto. Em seguida, ele passou a sangrar e perdeu a consciência. A vítima morreu cinco dias depois.
Segundo o MPSP, David arrastou Paulo Vinicius para um estacionamento ao lado e o deixou agonizando no local por mais de uma hora. Durante esse período, não providenciou socorro e ainda ironizou a situação. A vítima só foi socorrida depois que outras pessoas apareceram para ajudar.
Na denúncia, o promotor de Justiça Rodrigo Merli Antunes alegou que David criou situação de risco para Paulo Vinícius e tinha o dever legal de agir para evitar o resultado. Como não o fez e se mostrou indiferente à possibilidade de morte, sua omissão foi considerada penalmente relevante.
Antunes também requisitou a continuidade das investigações para apurar se o responsável pela adega e outros funcionários teriam induzido David a agredir Paulo Vinícius. Caso essa hipótese se confirme, eles poderão ser denunciados como participantes do crime. Caso contrário, poderão responder por omissão de socorro agravada pelo resultado morte.
A polícia prendeu David na manhã de 27 de outubro, em Arujá, na Região Metropolitana de São Paulo. Ele foi encaminhado ao 1º Distrito Policial de Guarulhos para cumprimento de um mandado de prisão temporária, solicitado pela autoridade policial responsável pelo caso.
Paulo Vinícius era proprietário de uma loja de informática no centro de São Paulo e pai de dois filhos pequenos. Segundo amigos, ele era uma pessoa alegre, trabalhadora e querida por todos. Na noite da agressão, ele tinha ido à festa de um amigo.
