Queda de aeronave em São Paulo é o quarto acidente aéreo com mortes em 2025; relembre
Acidente na capital paulista deixou dois mortos e seis feridos; 2024 foi o ano com mais vítimas fatais desde o início da série histórica, em 2014
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Wagner Lauria Jr.
Derick Toda
A queda de uma aeronave de pequeno porte na Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo, na manhã desta sexta-feira (7), é o quarto acidente aéreo com mortes em 2025 em todo o Brasil. Ao todo, oito pessoas morreram nos deslocamentos aéreos.
Segundo o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), foram 19 ocorrências aéreas registradas apenas em janeiro deste ano.
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+ Uma pessoa morreu a cada 57 horas em deslocamento aéreo no Brasil
O número de mortes por acidentes aeronáuticos bateu recordes em 2024, com 148 vítimas fatais, ou seja, uma pessoa morreu a cada 57 horas. O número de registros representa um aumento de 92% em relação a 2023, segundo dados divulgados pelo Cenipa. É o maior índice desde o início da série histórica, em 2014.
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O desastre mais letal do ano passado foi a tragédia da VoePass, em agosto, que vitimou 62 pessoas. O segundo maior acidente aéreo ocorreu Gramado (RS), em 22 de dezembro, quando 10 pessoas morreram na queda de um avião de pequeno porte.
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Acidentes com mortes em 2025
No dia 9 de janeiro, um avião de pequeno porte atravessou a pista do Aeroporto de Ubatuba e explodiu na Praia do Cruzeiro, Litoral Norte de São Paulo, deixando um morto. Cerca de uma semana depois, no dia 16 de janeiro, um casal morreu na queda de um helicóptero, na região de Caieiras, em São Paulo. Em 27 de janeiro, três pessoas morreram após um helicóptero cair em uma fazenda, em Cruzília, interior de Minas Gerais.
Nesta sexta-feira (7), o advogado gaúcho Márcio Louzada Carpena, e o piloto Gustavo Medeiros foram identificados como as vítimas fatais do acidente com o Beechcraft King Air F90, matrícula PS-FEM, que estava em situação normal e tinha capacidade para 8 ocupantes.
Pelo menos outras seis pessoas ficaram feridas: um motociclista que passava pela avenida e cinco pessoas que estavam dentro do coletivo atingido pela queda, da Viação Santa Brígida.
Em entrevista ao vivo para o Primeiro Impacto, o Major da PM Felipe Neves afirmou que tudo indica que o acidente tenha acontecido após uma tentativa de pouso forçado.
Causa dos acidentes
Para o comandante Décio Corrêa, presidente da Associação Brasileira de Formação Aeronáutica (Abefaer), as quedas de uma aeronave são influenciadas, normalmente, por mais de uma causa.
Ele explica que as razões que mais estão envolvidas em um acidente são condições meteorológicas adversas, falhas de componentes mecânicos, manutenção precária e, principalmente, falha humana.
"Cerca de 85% dos acidentes têm como principal fator contribuinte a falha do próprio piloto", afirmou Décio Corrêa.
Pilotos precisam de mais treinamento
Décio Corrêa ressalta que, apesar da alta no número de mortes, a aviação está se tornando mais segura a cada ano. O comandante diz que o número de aviões em circulação aumentou, mas os treinamentos oferecidos para pilotos não acompanhou a demanda.
O comandante afirma que os dois principais erros humanos que causam acidentes aéreos são:
- Imperícia: Falta de preparo do piloto para a situação adversa específica. "Eu sou acostumado a voar em uma aeronave monomotor, e aí, com um mínimo de experiência e treinamento, me vejo pilotando uma aeronave bimotor", explica.
- Negligência e omissão: Piloto não cumpre os protocolos de condução de aeronave. "Em vez de fazer um checklist e incluir todos os procedimentos, como preparação da cabine de voo, ele queima etapas e omite uma parte que seria importantíssima", explica.