Jovem que atropelou ex-namorado e amiga teria premeditado crime, diz polícia
Polícia identificou ciúmes e ameaças as vítimas antes do crime; suspeita teve prisão preventiva decretada
Fabio Diamante
Robinson Cerantula
Câmeras de segurança registraram o momento em que o carro da universitária Geovanna Proque da Silva, de 21 anos, atingiu a moto do namorado na zona sul de São Paulo.
Raphael Canuto da Silva, também de 21 anos, e a amiga dele, Joyce Correa da Silva, de 19, que estava na garupa, morreram no local. A jovem foi presa e teve a prisão preventiva decretada pela Justiça.
A investigação aponta que o caso começou a se desenhar horas antes do atropelamento. O casal namorava havia um ano e meio e planejava viajar no Ano Novo.
Raphael participava de um churrasco na casa dele com amigos. Uma amiga em comum relatou à polícia que Geovanna enviou mensagens demonstrando ciúmes pela presença de outras mulheres na festa.
Em um dos recados, ela disse a uma das jovens: “Ou você resolve ou eu resolvo”, o que é tratado como ameaça.
O que aconteceu antes do atropelamento?
Após deixar o churrasco, Raphael passou em uma adega na região da Lapa e decidiu dar carona para Joyce, que estava no estabelecimento.
Ao ver os dois saindo de moto, Geovanna foi atrás em alta velocidade e lançou o carro contra as vítimas, segundo o boletim de ocorrência.
Depois do crime, a jovem abandonou o veículo e fugiu a pé, entrando em um restaurante onde trabalha Ícaro, melhor amigo de Raphael. Testemunhas disseram à polícia que, no local, ela afirmou: “Vai socorrer seu amigo e a vagabunda que eu acabei de matar”.
Durante a fuga, Geovanna subiu um escadão e chegou a outra rua, onde desmaiou após passar mal.
A dona do restaurante, Silvia Santos Alves, contou à reportagem do SBT que uma multidão se formou com a intenção de agredir a suspeita. Um policial militar foi até o local após ouvir que pessoas estavam se armando e resgatou a jovem, impedindo o linchamento.
Ela foi levada a um hospital com cortes superficiais, sem gravidade. A Polícia Civil suspeita que os ferimentos possam ter sido causados pela própria jovem durante a fuga.
Suspeita fazia acompanhamento psiquiátrico
A defesa informou à polícia que Geovanna faz acompanhamento psiquiátrico. Na delegacia, a jovem não quis responder às perguntas e foi presa em flagrante por duplo homicídio, convertida em prisão preventiva pela Justiça.
A madrasta dela, que estava no carro no momento do atropelamento, foi ouvida pela Polícia Civil no fim da tarde. Ela disse que acompanhou Geovanna até a casa do namorado para tentar acalmá-la e que não conseguiu impedir o atropelamento.
Após o crime, afirmou ter fugido com medo de ser agredida.
No enterro de Raphael e Joyce, o clima foi de comoção e revolta. A mãe de Raphael, Maria Canuto, disse acreditar que o crime foi premeditado.
“Ela matou meu filho sem dó, nem piedade, fez de caso pensado. É só saudade, agora… esse amor vai durar pra sempre”, afirmou a mãe.









