"Previsão é de que tanto Pantanal quanto Amazônia fiquem em seca até o fim do ano", diz presidente do Ibama
Rodrigo Agostinho afirma que tenta fortalecer orçamento do instituto; ele explica que preocupação, sobretudo com o Pantanal, é grande
Ao comentar incêndios que assolam nesta semana a região do Mato Grosso do Sul, o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho, informou que há "previsões realmente muito alarmantes" quanto ao Pantanal e à Amazônia. Espera-se, segundo ele, que o período de seca nesses biomas perdure até o fim de 2024.
Em entrevista ao programa Perspectivas, do SBT News, nesta terça-feira (25), Agostinho afirmou à jornalista e apresentadora Paola Cuenca que, por esta razão, o Ibama busca complementar a verba disponível.
Pantanal gera "grande preocupação"
"Nós já temos um orçamento hoje de R$ 84 milhões, que está sendo utilizado. Nós estamos reforçando, contratando mais brigadistas, mais aeronaves, para justamente fazer o combate dos incêndios". Segundo ele, a estiagem pode intensificar o fogo no bioma.
"Nós estamos hoje com aproximadamente 15 grandes incêndios no Pantanal [...] A maior parte do fogo está concentrada no entorno de Corumbá, que é uma cidade que, infelizmente, teve altas taxas de desmatamento nos últimos anos", continuou. Incêndios colocaram o MS em situação de emergência.
Segundo analisa Agostinho, a sociedade civil também é peça fundamental para evitar o problema. "Nós tivemos incêndios agora do Pantanal que foram originados em fogueiras, pequenas chamas ali para poder aquecer um alimento na beira de um rio", exemplificou.
A ação humana, atrelada à previsão de seca e ao aumento do desmatamento causado pela exploração agrícola, fazem do Pantanal uma "grande preocupação", segundo ponderou o presidente do Ibama. "Dos seis biomas terrestres do Brasil, o bioma que mais está sofrendo com as mudanças climáticas é o Pantanal", afirmou.
Nessa segunda (24), a ministra do Orçamento e Planejameno, Simone Tebet, disse que uma comitiva do governo federal irá até Corumbá (MS), uma das regiões mais afetadas, nesta sexta (28) para analisar in loco a situação. A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, também participa da viagem.