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Incêndios no Pantanal: Mato Grosso do Sul decreta situação de emergência

Uma das medidas é dar permissão ao Corpo de Bombeiros para adentrar casas e prestar socorro às vítimas. Decreto vale por 180 dias

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Incêndio atingiu, até o momento, 541 mil hectares da região do Pantanal, área equivalente a três cidades de São Paulo | Joédson Alves/Agência Brasil
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O governo do Mato Grosso do Sul decretou situação de emergência, nesta segunda-feira (24), em razão dos incêndios florestais que atingem a região do Pantanal. Publicado no Diário Oficial do Estado, é válido por 180 dias.

O decreto permite que o Corpo de Bombeiros possa adentrar casas com o objetivo de prestar socorro e determinar a evacuação de moradores em propriedades atingidas pelo fogo. Além disso, possibilita uma atuação mais célere em ações que envolvem resposta ao desastre, reabilitação do cenário e reconstrução, que serão coordenadas pela Defesa Civil do Estado.

O governo informou que serão contemplados todos os municípios que foram atingidos por incêndios florestais, sejam em parques, áreas de proteção e preservação nacionais, estaduais ou municipais, assim como em casos de propagação de fogo sem controle, ou em qualquer tipo de vegetação que possa acarretar queda na qualidade do ar.

Além disso, a pedido do governo estadual, o combate aos incêndios na região vai receber o reforço de mais três aeronaves do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e outras quatro aeronaves de grande porte do Exército.

O que está acontecendo?

Na última semana, foram registrados quase mil focos de incêndio no Pantanal. Já são 83 dias de operação, com investidas diárias do Corpo de Bombeiros.

De acordo com o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (LASA) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), até este sábado (23), o fogo já tinha atingido cerca de 541.575 mil hectares, na área de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, equivalente a mais de três cidades de São Paulo.

Por todos os lados, o fogo avança queimando o bioma, em uma região que está seca desde abril. São 74 dias sem chuva expressiva. Os animais pantaneiros não têm para onde correr.

"Os animais das mais diversas espécies buscam se agrupar nesse pequeno recurso hídrico, inclusive misturando fauna silvestre e animais de produção. É muito comum encontrar nas baías onde ainda existe água a presença de bovinos, inclusive ainda fazendo uso do recurso hídrico. Mas, infelizmente, répteis, anfíbios e peixes das pequenas baías acabam sucumbindo porque a água aquece demais”, diz a bióloga e médica veterinária Paula Helena Santa Rita.

Os bombeiros encaram um cenário exaustivo, monitorando as áreas atingidas por terra e pelo céu. "

A gente tem uma dificuldade muito grande de acesso, principalmente às áreas remotas do Pantanal. O deslocamento é muito prejudicado tanto por terra quanto por água”, afirma Elcio Matheus Barbosa, 2º sargento dos Bombeiros.

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