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População e gestão pública podem amenizar os efeitos da secura; confira como

Pelo terceiro dia consecutivo, São Paulo apareceu na lista das cidades com o ar mais poluído do mundo

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Climatologista Carlos Nobre também destaca a necessidade de políticas públicas para enfrentar os extremos climáticos | Reprodução
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Na casa de Felícia Henriques, a fumaça constante vem dos umidificadores espalhados pelos cômodos. Ela encontrou uma maneira de proteger a saúde da família, afetada pelas condições climáticas extremas.

“Meu filho André tem sinusite há muito tempo e, quando o tempo muda, ele já sente rapidamente os efeitos. O Thiago também teve que ser levado ao pronto-socorro e descobrimos que ele herdou a sinusite do pai", conta Felícia.

Pelo terceiro dia consecutivo, São Paulo apareceu na lista das cidades com o ar mais poluído do mundo. A poluição gerada pelos carros, somada à fumaça das queimadas e ao tempo seco, contribui para esse cenário preocupante.

Devido a essa situação, o governo de São Paulo divulgou novas diretrizes para lidar com o clima seco. Entre as principais medidas está a recomendação de evitar atividades físicas ao ar livre. Além disso, em regiões afetadas pelas queimadas, o uso de máscaras do tipo "N95" ou "PFF2" é sugerido como proteção adicional.

O infectologista Renato Grinbaum, professor de medicina da Unicid, reforça a importância do uso de máscaras: "Nosso problema é ambiental, e temos que resolver a questão ambiental. Mas a máscara, além de filtrar as partículas maiores, também mantém o trato respiratório mais úmido".

O climatologista Carlos Nobre também destaca a necessidade de políticas públicas para enfrentar os extremos climáticos. "Restaurar a vegetação nas cidades pode reduzir entre 20% e 30% dos poluentes", diz ele. No entanto, ele reconhece a dificuldade em implementar essas medidas devido à influência do mercado imobiliário, que muitas vezes se opõe à preservação e restauração de áreas verdes.

Para melhorar a qualidade do ar na capital paulista, a prefeitura já declarou mais de 30 áreas verdes particulares como de utilidade pública, aumentando a proteção das áreas de mata e implementando monitoramento para prevenir incêndios. Além disso, a frota de ônibus elétricos está sendo ampliada.

Enquanto as condições climáticas não melhoram, Felícia continua buscando formas de preservar a saúde da família. Ela até cogita voltar para o interior, em busca de um ambiente com ar mais saudável.

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