PF e CGU investigam "rachadinha", corrupção e desvio de recursos públicos na prefeitura de Teresina
Operação Mãos Limpas, deflagrada nesta quarta (26), cumpre 31 mandados, sendo 4 de prisão temporária; esquema funcionava na Secretaria Municipal de Educação

SBT News
A Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagram nesta quarta-feira (26) a operação Mãos Limpas, mirando "rachadinha", corrupção, fraudes em licitações, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro na prefeitura de Teresina, no Piauí.
Esquema envolvia empresas terceirizadoras de mão de obra que prestavam serviços à cidade, sobretudo à Secretaria Municipal de Educação (Semec), "responsável pelas maiores despesas com recursos federais", segundo a PF.
Cem policiais federais e cinco auditores cumprem 31 mandados judiciais na capital piauiense, sendo quatro de prisão temporária e 28 de busca e apreensão. Justiça Federal também determinou bloqueio de R$ 40 milhões em ativos financeiros de investigados.
Como esquema funcionava
Investigação começou em 2023, a partir de denúncia sobre esquema de "rachadinha" em pagamentos de trabalhadores terceirizados contratados por diversos órgãos de Teresina e "supostamente gerenciados por assessores ligados à gestão pública local", de acordo com a CGU. Irregularidades diziam respeito a certames de 2019 e 2022, então ainda em execução.
"As fraudes ocorreram na gestão pública anterior, e os quatro servidores públicos investigados foram exonerados em meados de 2025. Durante a operação, outras quatro pessoas também foram presas – estas não são ex-servidores, mas indivíduos apontados como responsáveis pela movimentação financeira ilícita do esquema", explicou a PF.
Na análise de processos de contratação realizados pela Semec, a CGU identificou outras irregularidades, como sobrepreço para facilitar a "ocorrência de esquemas ilícitos" e a "reiterada burla às etapas legais de licitação para contratação de serviços terceirizados".
"As evidências apontam para a atuação central de um assessor inicialmente denunciado, que, após desempenhar funções relacionadas à gestão de pessoal em órgãos públicos de Teresina/PI, passou a se vincular diretamente a uma das empresas investigadas", descreveu a CGU.
Ainda avaliação da Controladoria-Geral, contratações com sobrepreço "tiram recursos dos órgãos contratantes, o que impacta na execução das políticas públicas". "Há ainda o aspecto relevante da retirada de valores dos funcionários terceirizados, que se viam obrigados a repassar parte dos valores recebidos ao personagem central da investigação", completou.









