Operação retira 158 bois e 25 cavalos criados ilegalmente em terra indígena no Pará
Já é a segunda força-tarefa desse tipo na TI Apyterewa, uma das mais desmatadas do Brasil; ao todo, 530 animais foram removidos da área
Uma operação conjunta de diversos órgãos retirou, nessa quinta-feira (19), bovinos e equinos criados ilegalmente na Terra Indígena (TI) Apyterewa, no Pará. Foram removidos 158 bois e 25 cavalos em ação realizada pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), pela Polícia Federal (PF) e Força Nacional, com apoio da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará).
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Já é a segunda força-tarefa desse tipo no território. Ao todo, operações retiraram 530 animais criados ilegalmente na TI, uma das mais desmatadas do Brasil. Essas ações fazem parte da fase de pós-desintrusão — retirada de invasores — na TI, seguindo determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).
E o que acontece com os animais?
Após remoção, o rebanho é enviado, inicialmente, para uma fazenda quarentenária. A Adepará faz uma avaliação técnica e, depois, gado de corte é encaminhado a um frigorífico. Parte do valor arrecadado destina-se ao custeio da operação, enquanto o restante da carne é distribuída tanto para a comunidade indígena da região quanto para a Secretaria de Assistência Social do Estado do Pará.
Segundo a Funai, operações de retirada de gado ilegal "têm enfrentado retaliações por parte de invasores da terra indígena". "Praticam sistemáticos boicotes à atuação dos órgãos, como o furto do gado apreendido e a danificação de pontes para impedir a entrada de caminhões", explicou o órgão, em nota.
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A criação de gado ilegal na TI Apyterewa também já foi alvo de outra força-tarefa. A operação Boi Pirata, coordenada pelo Ministério Público Federal (MPF), moveu 85 ações contra responsáveis por vender 50 mil cabeças de gado criadas de forma irregular entre 2012 e 2022.
Também de acordo com a Funai, ações na TI também combatem incêndios criminosos recentes no território. Segundo autoridades, essas ações tiveram impacto positivo na Apyterewa: desmatamento ilegal caiu 97% no primeiro semestre de 2024, em relação ao mesmo período de 2023.