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Mulher que levou 61 socos em elevador fala um mês após agressão: "Eu consegui me levantar"

Juliana Soares, vítima de tentativa de feminicídio em Natal, fala das sequelas ao receber Comenda Maria da Penha na Câmara de Natal

Imagem da noticia Mulher que levou 61 socos em elevador fala um mês após agressão: "Eu consegui me levantar"
Mulher agredida em elevador recebe Comenda Maria da Penha na Câmara de Natal. | Francisco de Assis/CMN
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Juliana Soares, de 35 anos, vítima de uma tentativa de feminicídio em Natal (RN), falou publicamente na segunda-feira (25) sobre sua recuperação, um mês após ter sido brutalmente agredida com 61 socos pelo ex-namorado, o ex-jogador de basquete Igor Eduardo Pereira Cabral, dentro do elevador de um condomínio em Ponta Negra.

Juliana foi homenageada pela Câmara Municipal de Natal durante a solenidade do Agosto Lilás, campanha de combate à violência contra a mulher, recebendo a Comenda Maria da Penha.

O presidente da Câmara, vereador Eriko Jácome (PP), ressaltou que a escolha de homenagear vítimas e defensoras da causa “reforça o compromisso do Legislativo" com o enfrentamento à violência contra a mulher.

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Sequelas após a agressão

Juliana relatou que ainda sente os efeitos físicos do ataque: “Meu rosto do lado direito ainda não está piscando bem, eu não tenho movimento ainda muito bem coordenado, mas a gente acredita que com a fisioterapia vai dar tudo certo."

A vítima passou por uma cirurgia de reconstrução facial de sete horas, no Hospital Universitário Onofre Lopes, para reparar múltiplas fraturas na mandíbula, no maxilar, na maçã do rosto e no nariz. Para estabilizar os ossos, os médicos precisaram usar placas e parafusos.

Ao receber a homenagem, ela destacou a importância de transformar sua dor em exemplo para outras mulheres.

“Eu me sinto honrada e muito feliz em representar um caso de resistência, um caso de uma pessoa que conseguiu, mesmo diante de tanta agressão, de uma tentativa de feminicídio, mesmo assim, eu consegui me levantar e estou me reerguendo.”

Ela também ressaltou o papel fundamental da rede de apoio: “Uma mulher que tem a quem recorrer, ela se sente mais encorajada, ela consegue mesmo retomar a sua vida longe do agressor. Eu agradeço muito a solidariedade, o acolhimento, a empatia. Acho que a metade da minha recuperação foi dada a isso: as energias boas, as orações, a tudo de positivo que eu recebi.”

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Caso e processo

O crime ocorreu em 26 de julho e foi registrado pelas câmeras do condomínio. Igor Eduardo Cabral foi preso em flagrante e, em 7 de agosto, tornou-se réu por tentativa de feminicídio. Ele permanece detido na Cadeia Pública de Ceará-Mirim, na Grande Natal.

Juliana segue em acompanhamento médico e psicológico, mas reforça que deseja que sua história incentive outras vítimas a denunciarem.

“A importância que eu percebo é de dar visibilidade para que as mulheres se sintam encorajadas a denunciar seus agressores. Se eu consegui dar a volta por cima, elas também podem”, afirmou.
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