Ministério do Trabalho resgata 13 pessoas em condições análogas à escravidão no RS
Trabalhadores estavam em centro de reciclagem e restaurante de Porto Alegre

Guilherme Rockett
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) resgatou 13 trabalhadores em condições análogas à escravidão no Rio Grande do Sul. Dez deles, seis mulheres e quatro homens de nacionalidade boliviana e argentina, atuavam em um restaurante no bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre. Outros três homens foram encontrados em um galpão de triagem de resíduos recicláveis na Capital.
No restaurante, os fiscais identificaram jornadas de até 15 horas, salários abaixo do mínimo, ausência de registro em carteira e alojamento precário. Migrantes bolivianos teriam sido recrutados com promessa de boas condições, mas encontraram realidade degradante e alimentação insuficiente. Argentinos também eram submetidos à mesma rotina exaustiva.
No galpão, os trabalhadores não tinham registro, recebiam menos que o piso, atuavam sem equipamentos de proteção e estavam expostos a riscos graves, como máquinas com fiação exposta. O local não tinha água potável nem instalações sanitárias adequadas.
A operação teve apoio do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Polícia Federal. No caso do restaurante, o MPT afirma que firmou Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para regularizar vínculos, pagar verbas rescisórias e indenizar os resgatados. No galpão, os trabalhadores foram encaminhados ao seguro-desemprego e a prensa compactadora foi interditada.
Restaurante
A produção do SBT-RS entrou em contato com o restaurante, que afirma que as informações são falsas e mal-intencionadas. O estabelecimento diz ainda que vai prestar os devidos esclarecimentos.
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