Jovem é linchado após falsa acusação de roubo na zona norte de São Paulo
Vítima foi agredida por pelo menos três pessoas; câmeras de segurança registraram crime
Primeiro Impacto
Um jovem de 24 anos foi brutalmente espancado na noite do último sábado (22), na zona norte de São Paulo, após ser falsamente acusado de roubo. A agressão ocorreu quando a vítima, Yuri Gempka Paiva Cavalcanti Santana, voltava para casa. Câmeras de segurança registraram toda a ação violenta.
Segundo o boletim de ocorrência, Yuri caminhava pela Avenida General Ataliba Leonel quando foi abordado por quatro pessoas em um carro. Assustado, ele tentou fugir, mas foi alcançado por um dos agressores e jogado ao chão.
A partir de então, Yuri passa a ser alvo de diversos chutes e socos de um dos suspeitos, momento esse em que aparece mais um homem e se junta as agressões. Logo depois, o automóvel que teria emparedado com a vítima, estaciona e sai uma mulher e um terceiro homem. A mulher se junta as agressões enquanto o outro homem estaciona o veículo no meio fio.
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A agressora foi identificada como Ellen Wirth Ribeiro Auada. À polícia, ela alegou que teve seu aparelho celular furtado em um bar da região e a localização do aparelho se deu no local onde estava Yuri. Com a informação, ela acionou o segurança do local e ambos se deslocaram até a região, onde só havia a vítima na rua. A mulher negou ter agredido Yuri, mas foi desmentida por câmeras de segurança.
Além dela, a polícia tenta identificar o outro agressor. O segurança do bar e um terceiro suspeito também prestaram depoimento sobre o caso, que é investigado pelo 13º DP.
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Em entrevista ao SBT, Yuri afirmou que só não foi morto devido à chegada rápida da Polícia Militar.
"Eu pensei que era um assalto. Eles falavam 'cadê o celular?', e eu só entendi o que estava acontecendo quando a polícia chegou e me explicou que eu estava sendo falsamente acusado de furto", relatou.
Ele acredita que foi vítima de racismo, pois suas características físicas teriam levado os suspeitos a presumirem que ele era o ladrão.
"Acho que o fato de eu ser um jovem negro de 24 anos foi decisivo para que eles viessem de forma preconceituosa e violenta para cima de mim. Naquele momento, eu tinha certeza de que ia morrer", desabafou.
Yuri pede justiça e espera que os agressores respondam criminalmente pelo linchamento. "O que eu busco, honestamente, é que eles respondam pelo que fizeram e que isso nunca mais se repita", concluiu.