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Ex-auxiliar de Alexandre de Moraes nega em depoimento ter vazado conversas

Eduardo Tagliaferro depôs no inquérito que investiga a origem do vazamento das mensagens sobre pedidos informais do ministro

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O ministro Alexandre de Moraes em Fórum Internacional de Justiça e Inovação em 2023 | Reprodução Alejandro Zambrana/TSE
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Eduardo Tagliaferro negou à Polícia Federal (PF) que tenha vazado as mensagens que embasaram reportagem do jornal "Folha de S. Paulo" que apontou atuação informal do ministro Alexandre de Moraes. O ex-chefe da assessoria de Combate à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) prestou depoimento na sede da Polícia Federal em São Paulo no inquérito que apura o vazamento, de relatoria do próprio Moraes.

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Tagliaferro deixou o cargo no TSE depois de ter sido preso por violência doméstica, em maio de 2023. Alguns dias depois, o cunhado dele entregou à Polícia Civil de São Paulo o aparelho telefônico dele. A suspeita da investigação é que as mensagens possam ter vazado do aparelho. A esposa de Tagliaferro e o cunhado prestavam depoimento à PF no mesmo caso.

Segundo o advogado Eduardo Kuntz, Tagliaferro não tem nenhuma responsabilidade no vazamento do conteúdo. Kuntz disse que o cliente dele pode ser considerado "vítima ou uma boa testemunha".

Segundo Kuntz, Tagliaferro afirmou que, após a apreensão, a polícia devolveu o aparelho danificado. Depois disso, ele quebrou o telefone e comprou um novo — que foi apreendido hoje.

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A reportagem

Em relação às mensagens divulgadas pela "Folha", Tagliaferro confirmou o teor das conversas. Disse ainda acreditar que os superiores dele estavam certos e, por conta disso, fez tudo que lhe foi solicitado.

De acordo com a reportagem, o ex-auxiliar de Moraes é mencionado em conversas que sugerem que o gabinete do ministro, então presidente do TSE, pode ter solicitado, de maneira informal, a produção de relatórios pela Justiça Eleitoral para fundamentar decisões e a atuação de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF).

Alexandre de Moraes seria responsável por usar as informações desses relatórios em investigações sobre Fake News.

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As mensagens reveladas até o momento mostram o chefe de gabinete de Moraes, Airton Vieira, repassando pedidos pelo WhatsApp. Tagliaferro fazia os monitoramentos, produzia os relatórios e os enviava por e-mail como se eles tivessem sido produzidos por iniciativa da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação.

O material mostra mensagens trocadas de agosto de 2022, no período eleitoral, a maio de 2023. As mensagens e os documentos não vieram de interceptação ilegal ou acesso hacker, segundo o jornal. O inquérito em que Tagliaferro prestou depoimento nesta quinta-feira investiga a origem dos conteúdos.

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