Caso Marielle mostra como crime organizado se infiltrou na polícia e na política; veja análise
Assassinato da vereadora do Psol e do motorista Anderson Gomes, em 2018, evidencia problemas crônicos na segurança pública do Rio de Janeiro
Felipe Moraes
Leonardo Cavalcanti
Iasmin Costa
Os recentes desdobramentos do caso Marielle Franco (Psol), com a prisão de três suspeitos de mandarem matar a vereadora, mostram como o crime organizado se infiltrou na polícia e na política no Rio de Janeiro. O jornalista Leonardo Cavalcanti analisa o tema no Brasil Agora desta terça-feira (26), apresentado por Iasmin Costa.
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"A gente vê como o crime está infiltrado no Rio de Janeiro, a partir das polícias e das instituições públicas", aponta o jornalista. Ele também lembra fala de ontem do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmando que caso Marielle é oportunidade para combate ao crime organizado.
"O ministro Gilmar Mendes fala de reforma das polícias. Tem gente que fala de intervenção efetiva federal. Vale lembrar que quem estava no comando da segurança do Rio de Janeiro [na época do crime] eram os militares, na intervenção feita pelo então presidente Michel Temer", comenta Cavalcanti.
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O jornalista pondera que esse processo "não é fácil, porque não é de hoje que RJ tem esta infiltração".
"Estado difícil de administrar. Uma sequência de governadores todos envolvidos em escândalos. Acabaram presos. O principal problema no país hoje talvez seja justamente essa dificuldade estadual no RJ em relação à segurança pública. Tráfico de um lado, milícia do outro. As autoridades, de fato, completamente capturadas pelo crime, se beneficiando do crime", analisa.
Para Cavalcanti, policiais estaduais precisam ser mais valorizados e é necessário que fique clara "a possibilidade de punição, de prisão" em caso de crimes cometidos por agentes públicos.
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