Calor intenso leva tutores a redobrarem cuidados com pets nas praias do Rio
Especialistas alertam para riscos à saúde dos animais e recomendam hidratação, sombra e evitar passeios nos horários mais quentes

SBT Brasil
Com o mar transparente e as altas temperaturas, o convite para um mergulho é quase irresistível — inclusive para os animais. A tutora Daniele Brown, autônoma, conta que a cachorra frequenta a praia desde filhote. Segundo ela, a adaptação tem relação direta com a raça e com o estilo de vida da família.
"Ela adora a praia. Sempre trago desde pequena. É uma raça que gosta de água, de nadar, e combina com a minha rotina, que é estar sempre perto do mar”, afirma.
Mas o calor próximo dos 40 °C exige cuidados extras, principalmente com a hidratação. Daniele diz que costuma levar cerca de dois litros de água para oferecer à cachorra, evitando que ela tente beber água do mar.
A cidade do Rio de Janeiro entrou no terceiro dia consecutivo em estágio três de calor, o que levou a prefeitura a reforçar recomendações à população. Os alertas também valem para os animais. Na capital fluminense, uma lei municipal permite a presença da maioria dos animais domésticos nas praias, desde que respeitadas as regras de convivência.
Alguns tutores adotam estratégias para minimizar os efeitos das altas temperaturas, como manter os pets em ambientes climatizados, oferecer banhos refrescantes e reforçar a ingestão de líquidos.
Em meio ao calor extremo, surgem soluções criativas. Em algumas praias, comerciantes passaram a vender picolés feitos especialmente para animais. Isaac Maia, vendedor, explica que a ideia surgiu da necessidade de oferecer uma forma segura de refrescar os pets.
Em uma sorveteria de Copacabana, na zona sul do Rio, o sabor disponível para os animais é o de manga. O atendente William dos Santos afirma que a demanda apareceu logo após a abertura do estabelecimento.
A médica veterinária Silvia Barreto dos Santos alerta que o ideal é evitar passeios nos horários mais quentes do dia. Segundo ela, a elevação excessiva da temperatura corporal pode comprometer funções vitais dos animais.
“Eles ficam ofegantes, com respiração acelerada, demonstram angústia e podem apresentar inchaço na língua. Em casos graves, o quadro pode evoluir para óbito”, explica.
Para tutores de cães idosos, como Nero, de 12 anos, a alternativa foi mudar completamente a rotina durante o verão. A aposentada Eleonora de Moura afirma que os passeios agora acontecem apenas no fim da tarde.
Enquanto o calor extremo persiste, especialistas reforçam que a atenção aos sinais de desconforto e a adaptação da rotina são essenciais para garantir o bem-estar dos pets.









