Brasil condena novos bombardeios israelenses na Faixa de Gaza
Em nota, o governo brasileiro pede que Israel permita acesso imediato de ajuda humanitária

Giovanna Tuneli
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil publicou uma nota sobre o lançamento de nova ofensiva israelense na Faixa de Gaza. No texto, o governo brasileiro condena os bombardeios no Estado Palestino e pede que Israel permita imediatamente o acesso de ajuda humanitária ao território.
"O governo brasileiro condena, nos mais fortes termos, o lançamento de nova ofensiva israelense na Faixa de Gaza, com intensificação dos bombardeios aéreos e expansão das operações terrestres", informa a nota.
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Segundo o Ministério da Saúde do Hamas, no início desta semana, pelo menos 67 civis foram mortos e outros 361 ficaram feridos em bombardeios de Israel. Um dos mísseis, inclusive, atingiu o Hospital Indonésio em Beit Lahia. O exército israelense não comentou sobre os ataques. Além disso, mais de 60 mil pessoas foram forçadas a se deslocar.
Cerca de 14 mil bebês podem morrer na Faixa de Gaza nas próximas horas se Israel não autorizar a entrada de ajuda humanitária no enclave palestino. A informação foi dada pelo subsecretário-geral da ONU para assuntos humanitários, Tom Fletcher, em entrevista à rede britânica BBC, nesta terça-feira (20).
A nota do ministério ainda diz que o "Brasil reafirma que a única solução legítima e duradoura para o conflito reside na implementação definitiva da solução de dois Estados". Além disso, o governo brasileiro "expressa grave preocupação" com a intenção israelense de permitir entrada de quantidade mínima de alimentos e remédios em Gaza, "recordando que o uso da fome como método constitui crime de guerra".
De acordo com a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), a quantidade de ajuda permitida pelo exército israelense é “ridiculamente inadequada” após meses de bloqueio. "Sinaliza sua intenção de evitar a acusação de deixar as pessoas famintas, enquanto na verdade as mantém sobrevivendo", afirmou a ONG.
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Por fim, o comunicado brasileiro pediu a Israel que permita "acesso imediato e desimpedido de ajuda humanitária ao território, em consonância com suas obrigações de Direito Internacional Humanitário". Assim como a "retirada completa das forças israelenses de Gaza e da libertação dos reféns remanescentes".