Abin paralela: PF apura vazamento de operação contra Carlos Bolsonaro e sumiço de jet ski
Ausência de moto náutica usada por Flavio Bolsonaro e pescaria da família antes da ação policial levantou suspeitas
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A Polícia Federal investiga se houve vazamento e tentativa de atrapalhar as investigações da Operação Vigilância Aproximada, que teve a segunda etapa deflagrada nesta segunda-feira (29). O alvo foi Carlos Bolsonaro (Repúblicanos) e o "núcleo político" da Abin paralela, montada no governo Jair Bolsonaro (PL) dentro da Agência Brasileira de Inteligência.
Na manhã da operação, Carlos Bolsonaro, o filho "02" do ex-presidente foi alvo de 3 mandados de buscas. Estava em Angra dos Reis (RJ) com o pai e os dois irmãos parlamentares, "01" e "03", o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), respectivamente.
No domingo (28), o clã Bolsonaro realizou a live do PL, transmitida na internet e que começou às 19h. Nela, eles mencionam onde estavam.
No dia seguinte, o da operação, Carlos Bolsonaro, o pai e os dois irmãos saíram pouco depois das 6h30, usando uma lancha e dois jet skis, segundo apurou a PF. Naquele momento, as equipes estavam nas ruas na capital fluminense, com buscas e apreensões na casa e no gabinete da Câmara Municipal.
A ordem de buscas e apreensão em Angra dos Reis foi dada naquela manhã, pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A equipe da PF, que realizou nas buscas no imóvel, chegou depois das 8h.
Eduardo Bolsonaro foi o primeiro a voltar, em um dos jet skis, para conversar com a equipe da PF. Carlos e o pai voltaram depois das 11h, na lancha. Flávio informou ter ido almoçar e a segunda moto náutica, não retornou.
Emprestado
Flávio Bolsonaro afirmou nesta quarta, em entrevista coletiva à imprensa, que não houve tentativa de obstrução e que o jet ski não "sumiu".
O senador afirmou que o jet ski usado por ele era de um amigo e que foi devolvido, depois do passeio.
"Não voltei porque estava em um jet ski que não era meu, tive que devolver e depois fui para um almoço." Flávio acusou perseguição política à família Bolsonaro.
"Obviamente não tem obstrução de Justiça ou obstrução de provas, porque o alvo da operação era o Carlos e o que ele tinha em mãos com ele naquele momento, na residência com ele, foi tudo entregue", afirmou o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ)
A PF analisa o material apreendido nos endereços de Carlos Bolsonaro e de outros alvos do chamado "núcleo político" da Abin paralela.
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Segundo as investigações, foi criado um grupo clandestino dentro da Abin - a chamada Abin paralela -, na gestão do então diretor-geral da agência e hoje deputado federal, Alexandre Ramagem (PL-RJ).
Aliado e amigo da família, Ramagem foi alvo de buscas na primeira etapa da Vigilância Aproximada.
Durante o governo Bolsonaro, a Abin paralela usou instrumentos como o software FirstMile para rastrear e monitorar autoridades e adversários políticos do ex-presidente.
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