99 chega a 50 mil corridas de mototáxi em São Paulo, mesmo com suspensão e apreensões
Em comunicado, empresa afirma que nenhum acidente foi registrado e que está disposta a colaborar com a prefeitura para uma regulamentação do serviço
SBT News
A empresa 99 afirma que realizou 50 mil viagens de mototáxi na cidade de São Paulo nas primeiras 48 horas de funcionamento do serviço, que acontece sem permissão da prefeitura e tem sido alvo de apreensões.
De acordo com a 99, as corridas estão acontecendo fora do centro expandido da capital paulista, enquanto a nova modalidade de transporte por aplicativo é implementada.
Nesta quinta-feira (16), ao menos nove motocicletas foram apreendidas em uma fiscalização. A 99 afirma que sua operação é legal e está respaldada pela legislação federal. A empresa diz ainda que irá apoiar os motociclistas parceiros e passageiros com os custos associados às apreensões.
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O prefeito Ricardo Nunes (MDB) informou que, caso a empresa não retire a modalidade de mototáxi de sua plataforma, a Procuradoria-Geral de São Paulo tomará medidas judiciais, incluindo a solicitação de multa e reparação por danos morais.
Desde 2023, o Decreto 62.144/23, de autoria de Nunes, suspende temporariamente a execução da modalidade do serviço na cidade. O prefeito afirmou nesta semana que a cidade não está preparada para o impacto que haverá na segurança e no trânsito.
"Isso vai ser uma carnificina na nossa cidade. 1 milhão e 300 mil motos. A cidade não está preparada. Maior número de trânsito são por conta de motos. Ano passado, 364 pessoas mortas em motos. Isso quer dizer que praticamente todo dia morreu alguém em São Paulo usando moto. E aí vem alguém pra fazer serviço desse sem autorização da prefeitura", disse.
De acordo com dados do Infosiga, órgão do Detran-SP, em 2024, 384 motociclistas morreram em acidentes de trânsito na capital paulista. Isso representa 41% das mortes no trânsito da cidade neste período. Os motociclistas são as principais vítimas.
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O Sindicato dos Mensageiros Motociclistas, Ciclistas e Mototaxista Intermunicipal do Estado de São Paulo (SindimotoSP) também se manifestou sobre o início das atividades em São Paulo. Em nota, eles destacaram que repudiam a atitude da 99 e que a insistência na modalidade de serviço coloca vidas em risco e precariza o setor de motofrete.
Em comunicado sobre as 50 mil primeiras corridas em São Paulo, a 99 afirma que nenhum acidente foi registrado. "O indicador se alinha à tendência vericada nas mais de 3.300 cidades brasileiras atendidas pelo serviço: apenas 0,0003% das corridas registraram acidentes de trânsito", alega a empresa, que ainda se diz disposta a colaborar com a prefeitura para uma regulamentação da modalidade.