Cláudio Castro defende operação policial na Vila Cruzeiro, que deixou 25 mortos
Governador do Rio apresenta plano de ação, no STF, e diz que Estado não pode ser dominado por "bandidagem"
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), defendeu nesta 4ª feira (1º.jun) a operação da Polícia Rodoviária Federal e do Batalhão de Operações Especiais (Bope) na Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro, que resultou na morte de 25 pessoas. Após audiência no Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, com o ministro Edson Fachin, ele afirmou que "não celebra as mortes" ocorridas durante a operação, mas que o Rio de Janeiro não pode ser dominado pela "bandidagem". O governador também negou que a operação tenha sido, na prática, uma chacina.
Castro foi ao STF para participar de uma reunião com o ministro Fachin sobre um plano para a redução da letalidade policial no Rio de Janeiro. Edson Fachin é o relator da Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635, conhecida como "ADP das Favelas", ação que questiona a política de segurança pública no Estado. Em 2020, no âmito dessa ação, o Supremo restringiu as operações policiais nas comunidades do Rio de Janeiro, durante a pandemia da Covid-19. Nesta 4ª, cobrado sobre o plano de combate à violência policial nessas operações, o governador afirmou que a primeira parte do plano já foi entregue ao ministro. Entretanto, garantiu que uma versão atualizada será enviada em até 60 dias.
Questionado sobre a fala do secretário da Polícia Militar do Rio de Janeiro, coronel Luiz Henrique Marinho Pires, que culpou o STF pela migração de criminosos no estado, Castro negou que exista uma crise institucional entre o Governo do Rio de Janeiro e a Suprema Corte, e disse que esse episódio já foi resolvido.
Durante a reunião com o chefe do Executivo Fluminense, o ministro Fachin afirmou ter recebido notícias de que defensores de Direitos Humanos estariam recebendo ameaças, e solicitou ao governador que adotasse providências para assegurar o direito de promover e lutar pela proteção e realização dos direitos e das liberdades fundamentais.